Brasil trabalha para ter 'ambiente seguro' na Rio-2016

País não fará escolta exclusiva para cada uma das delegações

Publicidade

PUBLICIDADE

Por Nathalia Garcia
2 min de leitura

Nos últimos dez anos, o Brasil foi sede de diversos eventos de grandes proporções. Jogos Pan-Americanos (2007), Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo (2014) são alguns exemplos das disputas esportivas que tiveram as terras brasileiras como pano de fundo. O País se prepara agora para receber o maior deles: os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016. E o esquema de segurança precisa acompanhar a magnitude da competição. "Os Jogos são o somatório de todos os outros eventos em um só, um evento intenso que a gente tem como principal necessidade o processo de integração no trabalho de várias instituições de segurança pública", afirma Andrei Rodrigues, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos.

Hebraica, em São Paulo, receberá delegações de Japão e Israel em aclimatação Foto: Felipe Rau|Estadão

Nos meses de agosto e setembro, o Rio espera receber aproximadamente 700 mil turistas, 209 nações, 100 chefes de Estado e cerca de 12 mil atletas. Rodrigues aponta que a estratégia de segurança não poderá seguir exatamente os moldes usados na Copa. "Não vamos ter o conceito de escolta exclusiva para cada uma das delegações. Nós trabalhamos com o conceito de ambientes seguros, ou seja, áreas de competição, treinamentos e hospedagem." As rotas de deslocamento dos esportistas também fazem parte de um plano específico. A tecnologia – sistema de monitoramento por vídeo, satélite israelense de alta precisão e outros mecanismos – será aliada ao patrulhamento das áreas. O secretário descarta um tratamento diferenciado para delegações mais visadas, como Estados Unidos e França. "Não posso tratar de maneira mais frágil a segurança de qualquer delegação", explica. O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Yoel Barnea, enfatiza que o terrorismo é um problema mundial. "Israel toma as medidas necessárias para proteger suas delegações no exterior, incluindo os atletas que participarão da Olimpíada. Estas medidas serão tomadas em plena cooperação com as forças de segurança do Brasil e contamos com a coordenação estreita com as autoridades brasileiras", diz. O Brasil ativará durante os Jogos Olímpicos o Centro Integrado Antiterrorismo e o Centro de Cooperação Policial Internacional. Cerca de 250 policiais estrangeiros, de 55 países, serão acionados sempre que houver um cidadão de seu país envolvido em alguma ocorrência e prestarão apoio especialmente no processo de identificação e na comunicação do idioma de sua nacionalidade. Apesar de evitar distinções entre as comissões, Rodrigues reconhece que algumas situações exigem um maior contingente operacional e dá garantias de um "nível de segurança que as características exigem". Esse é o caso, por exemplo, da seleção brasileira de futebol, da equipe de basquete dos Estados Unidos e dos astros do atletismo, como o jamaicano Usain Bolt. Para o período de aclimatação, o planejamento da operação é realizado no modelo de segurança dos grandes eventos em parceria com os Estados. As informações fornecidas pelo Comitê Rio-2016 determinam o efetivo policial. São Paulo está na lista das cidades que aguardam os estrangeiros. A partir do dia 19 de julho, a Hebraica receberá 40 membros do Japão (natação), 25 de Israel (natação, judô e atletismo) e a seleção brasileira masculina de basquete. A instituição evita falar em um esquema especial de segurança. "O clube já tem um protocolo bastante rígido, a gente vai seguir com ele", diz Fabio Topczewski, vice-presidente de Esportes da Hebraica. O secretário Andrei Rodrigues destaca o "amadurecimento das instituições" e mostra tranquilidade. "Conhecer os desafios e poder reproduzir o modelo de operação que a gente adotou em eventos anteriores nos dá confiança de que estamos no caminho certo."