O Comitê Olímpico Internacional definiu a equipe de refugiados que vai participar da Olímpiada no Rio de Janeiro, com dez atletas apenas. O time será formado por sírios, sudaneses do sul, congoleses e da Etiópia que, nos últimos anos, abandonaram seus países por causa das guerras. Nos Jogos do Rio, eles não representarão os lugares em que nasceram, mas o exército de 60 milhões de pessoas que vivem como refugiados pelo mundo.
Inicialmente, o COI havia identificado 43 atletas com idades entre 17 e 30 anos que poderiam fazer parte do time inédito. Depois de uma seleção, o COI ficou com dez nomes somente. A passagem da equipe pelo estádio do Maracanã promete ser um dos mais emocionantes momentos da cerimônia de abertura dos Jogos. A equipe será a penúltima a entrar no estádio, antes da brasileira, sob o hino e a bandeira olímpicos. No COI, a opção por investir na equipe de refugiados foi tomada como mensagem política. "Queremos mandar uma mensagem de esperança aos refugiados do mundo'', declarou o alemão Thomas Bach, presidente da entidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também comemorou e bancou a ideia, afirmando que a criação da equipe mandaria uma "mensagem poderosa'' de tolerância diante de governos ávidos por fechar suas fronteiras e expulsar estrangeiros. Hoje, a crise de refugiados é a pior desde a Segunda Guerra Mundial e, ainda assim, autoridades têm preferido erguer cercas e até confiscar os bens dos estrangeiros.
Para garantir a participação dos atletas, o COI destinou um orçamento de US$ 2 milhões (R$ 7 milhões) e vai providenciar uniformes, técnicos e treinamento. A entidade ainda pediu que cada comitê olímpico nacional identificasse em seus países eventuais refugiados que pudessem entrar numa competição internacional de alto nível. Em 2012, o COI já teve o primeiro refugiado correndo com a bandeira olímpica. Tratava-se de Guor Mading Maker. Naquele ano, seu país, o Sudão do Sul, ainda não era reconhecido no COI e o corredor de maratona não aceitava representar o regime do Sudão, que estava em guerra contra sua terra natal.
TIME Agora o COI levará uma equipe inteira. No Rio, todos ficarão hospedados na Vila Olímpica. Haverá um cuidado especial para evitar eventuais encontros indesejáveis e constrangedores com dirigentes dos países de onde tiveram de fugir. Mas são as histórias pessoais de superação e sobrevivência que mais chamam a atenção.
CONFIRA O TIME DE REFUGIADOS
Rami Anis, 25 anos País de origem: Síria Modalidade: natação, 100 metros borboleta Fugiu para: Belgium
Yolande Mabika, 28 anos País de origem: República Democrática do Congo Modalidade: judô, peso-médio Fugiu para: Brasil
Paulo Amotun Lokoro, 24 anos País de origem: Sudão do Sul Modalidade: atletismo, 1,500 metros Fugiu para: Quênia
Yusra Mardini, 18 anos País de origem: Síria, Modalidade: natação, 200m livres Fugiu para: Alemanha
Yiech Pur Biel, 21 anos País de origem: Sudão do Sul Modalidade: atletismo, 800 metros Fugiu para: Quênia
Rose Nathike Lokonyen, 23 anos País de origem: Sudão do Sul Modalidade: atletismo, 800 metros Fugiu para: Kenya
Popole Misenga, 24 anos País de origem: República Democática do Congo Modalidade: judô, peso-médio Fugiu para: Brasil
Yonas Kinde, 36 anos País de origem: Etiópia Modalidade: atletismo, maratona Fugiu para: Luxemburgo
Anjelina Nadai Lohalith, 21 anos País de origem: Sudão do Sul Modalidade: atletismo, 1,500 metros Fugiu para: Quênia
James Nyang Chiengjiek, 28 anos País de origem: Sudão do Sul Modalidade: atletismo, 800 metros Fugiu para: QuêniaPARTICIPE Quer saber tudo dos Jogos Olímpicos do Rio? Adicione o número (11) 99371-2832 aos seus contatos, mande um WhatsApp para nós e passe a receber as principais notícias e informações sobre o maior evento esportivo do mundo através do aplicativo. Faça parte do time "Estadão Rio-2016" e convide seus amigos para participar também!