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COI faturou R$ 18,2 bilhões no último ciclo olímpico

Valor foi revelado pelo espanhol Juan Antonio Samaranch Salisachs, vice-presidente da entidade

Por EFE
Atualização:

O Comitê Olimpico Internacional (COI) faturou US$ 5,7 bilhões (R$ 18,2 bilhões) durante o último ciclo olímpico, o período de quatro anos entre as edições dos Jogos Olímpicos. A quantia foi revelada nesta quinta-feira pelo espanhol Juan Antonio Samaranch Salisachs, vice-presidente do COI, durante uma conferência sobre os desafios do olimpismo no século XXI realizada no Colégio de Economistas da Catalunha, coincidindo com o 25º aniversário dos Jogos de Barcelona, disputados em 1992.

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"Na última olimpíada, entre 2013 e 2016, o COI gerou US$ 5,7 bilhões de investimentos (pelos Jogos de Inverno de Sochi e os Jogos de Verão do Rio de Janeiro). Se compararmos com as cifras de quatro olimpíadas atrás, de 2001 a 2004, dobramos os nossos investimentos", afirmou Samaranch.

O vice-presidente do COI destacou que, desses US$ 5,7 bilhões, "US$ 4,2 bilhões são investimentos pelos direitos de televisão, US$ 1 bilhão pelos patrocinadores e os US$ 500 milhões restantes por outros conceitos como os direitos de marketing".

Vista aérea do Parque Olímpico na Barra da Tijuca Foto: Nacho Doce/Reuters

O filho de Juan Antonio Samaranch Torelló, que foi presidente do COI entre 1980 e 2001, destacou que "90%" desse dinheiro "será para o movimento olimpico". Samaranch Jr. detalhou o destino desses valores: US$ 2,4 bilhões para as cidades organizadoras dos Jogos, US$ 750 milhões para os comitês olímpicos nacionais e outros US$ 750 milhões às federações internacionais.

"Os 10% restantes, cerca US$ 170 milhões é o que custa para manter a nossa infraestrutura. Eu sempre digo que parecemos uma fundação, pois uma boa fundação não gasta mais de 10% em autogestão, e esse é o nosso caso", explicou.

Samaranch lembrou que na última reunião do COI foram anunciadas mudanças importantes referentes à escolha das cidades candidatas a sediar os Jogos Olímpicos. "Estamos diante de uma mudança histórica na forma como o COI se relaciona com as cidades aspirantes. Decidimos manter uma extrema flexibilidade no futuro e, a partir de agora, utilizaremos as ferramentas que considerarmos melhores em cada momento para designar as futuras sedes", comentou.

Samaranch se referiu deste modo à decisão do COI de chegar a "um acordo trilateral" com Paris e Los Angeles para designar, de uma vez só, as sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e 2028. "O projeto das duas cidades era de altíssima qualidade. As duas apresentações, impecáveis, e as duas avaliações da Comissão, não melhoráveis. Não podíamos perder uma das duas. Era uma grande oportunidade", justificou.

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Juan Antonio Samaranch declarou que a decisão de designar as sedes dos Jogos Olímpicos de 2024 e de 2028 na reunião que o COI realizará em Lima em setembro é "única" e que "não se pode interpretar que, a partir de agora, os Jogos Olímpicos serão anunciados de dois em dois ou de três em três". Essa "flexibilidade" mostrada pelo COI nesta ocasião dará "ferramentas para fazer frente aos populismos" e também a possibilidade de "trabalhar durante 10 anos em uma melhor comunicação do movimento olimpico, a geração de economias e a promoção da eficiência".

Em relação à designação das cidades candidatas, Samaranch detalhou que "será criado um departamento só para administrar este processo, que será de um máximo de dois anos, com uma primeira fase de informação de um ano na qual as cidades se aproximarão ao COI para estudar as chances de sediar os Jogos Olímpicos e na qual receberão todo o apoio".

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