Crise no Brasil exigiu adaptação de 'muitos planos' para os Jogos, admitem dirigentes

Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Olímpicas, diz que a situação do país dificultou a organização

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Por Jamil Chade - Correspondente em Genebra
Atualização:

As federações esportivas de todo o mundo admitem que a crise no Brasil obrigou a Rio-2016 a modificar planos para o evento. Apesar disso, todas elas se dizem confiantes de que o evento ocorrerá com sucesso. 

"Sei que pessoas tem trabalhado sem descanso nessas últimas semanas para resolver os problemas remanescentes na preparação dos Jogos", declarou Francesco Ricci Bitti, presidente da Associação das Federações Olímpicas e que representa as 28 modalidades presentes na competição.

Francesco Ricci Bitti épresidente da Associação das Federações Olímpicas Foto: AFP

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"A desafiadora situação econômica, social e política atual no Brasil tem significado que muitos planos tiveram de ser adaptados", declarou. Mas ele também elogiou os organizadores locais. "Temos visto esforços incríveis para que tudo esteja pronto dentro do prazo", disse. 

Nos últimos meses, Ricci Bitti passou uma série de exigências ao COI e aos organizadores brasileiros, alertando para o descontentamento de federações. Em uma reunião ainda em maio, ele deixou claro que os problemas no Rio eram importantes e que mesmo Thomas Bach, o presidente do COI, estava "preocupado". 

Sua entidade, porém, fechou um entendimento de que abriria mão de diversas exigências para mostrar "solidariedade" com o Rio de Janeiro e diante da crise vivida. Mas o acordo era de que os atletas seriam preservados e que o corte nos serviços não afetaria a qualidade da recepção aos esportistas. 

Item por item, os organizadores brasileiros, o COI e Ricci Bitti passaram a negociar soluções. Um dos pontos importantes era justamente a Vila dos Atletas, alvo de polêmica nos últimos dias. 

Nos bastidores, as federações ainda foram aconselhadas a não exigir da Rio-2016 o mesmo nível de qualidade de algumas das obras que existiam em Londres, em 2012. Mas houve um entendimento de que, para não afetar a imagem dos Jogos, não se poderia pedir um resgate de dinheiro público em plena recessão brasileira. 

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Segundo a entidade, os primeiros Jogos na América do Sul vão trazer ao Rio 10,5 mil atletas.