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Defesa de Carlos Nuzman entra com pedido de habeas corpus

Advogados do presidente afastado do COB chama a prisão preventiva do dirigente de "medida abusiva, desnecessária e ilegal"

Por Constança Rezende
Atualização:

RIO - A defesa do presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, entrou com um pedido de habeas corpus, na madrugada desta terça-feira, 10, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Na alegação, o escritório Nélio Machado Advogados chama a prisão preventiva do dirigente de "medida abusiva, desnecessária e ilegal".Também argumenta que a interpretação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que decretou a prisão preventiva de Nuzman, nesta segunda-feira, 9, é "equívoca" a falar do "atleta consagrado" e "denodado dirigente esportivo".

Nuzman é escoltado por policiais federais Foto: Silvia Izquierdo/AP

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"Se vê, pela ótica do juiz de primeiro grau, que todo o esteio de sua argumentação se louva na equívoca interpretação de que Carlos Arthur Nuzman, o atleta consagrado, o denodado dirigente esportivo, dedicado ao 6 desporto em muitas décadas de sua existência, contando 75 anos de idade, pudesse desprezar por completo seus ideais, seu sonho, sua razão de viver, seu maior mote existencial, para, obtendo êxito, mercê da realização dos Jogos Olímpicos em 2016, viesse a auferir vantagens, benesses ou propinas", diz o pedido, assinado pelos advogados Nélio Machado, João Francisco Neto, e Guido Ferolla.

Além disso, os advogados chamam "a hipótese formulada pelo Ministério Público", com participação de Nuzman, "na empreitada criminosa", "de criação mental de seus algozes, que não contam com qualquer elemento de prova capaz de respaldar a tese arquitetada". 

Eles também alegaram que a colaboração da França ao grupo da Lava Jato no Rio, na Operação Unfair Play, "vicejou a imaginação fértil de investigadores". "Só depois da investigação em curso na França, por delito que não tem previsão normativa no direito penal brasileiro, e a partir da implementação de acordo de colaboração é que vicejou a imaginação fértil de investigadores, levando à conjectura de que existisse, há muito, uma "organização criminosa", diz a peça.

Por fim, os advogados argumentam que "não se tem prova consistente de comprometimento" de Nuzmanna acusação da Operação Unfair Play, que denunciou a compra do voto do presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, por US$ 2 milhões, para a escolha da sede olímpica de 2016. 

Nuzman está preso desde o último dia 5, em Benfica, zona norte do Rio. 

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