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Elogios às arenas, críticas às filas: alguns pontos negativos e positivos da Olimpíada

Rio teve como ponto alto as festas no Boulevard Olímpico; alimentação e transporte público na volta para casa falharam

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Por Redação
Atualização:

Clima festivo na cidade, arenas limpas, metrô, BRT e trem funcionando bem na chegada a competições. Comida cara e em quantidade insuficiente, filas longas para entrar nos estádios, transporte falho na volta para casa. A Olimpíada termina com saldo positivo, mas torcedores e jornalistas ouvidos pelo Estado relataram alguns reveses.

O carioca, que desconfiava da capacidade do Rio de receber bem os milhares de visitantes, de organizar os jogos e de vencer os desafios da segurança e mobilidade, parece orgulhoso e aliviado. Porém, se ressente dos episódios de violência, principalmente a morte, por traficantes, do soldado da Força Nacional Hélio Andrade, no Complexo da Maré, no dia 10.

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Tanto o Parque Olímpico, na Barra, quanto a Arena do Vôlei de Praia, em Copacabana, e o Complexo Esportivo de Deodoro receberam elogios pela beleza, limpeza e pontualidade das competições. A arena teve duas atrações extras: a vista da praia e a presença de animadores, que entretiveram o público e fizeram sucesso com as crianças. O senão: as longas filas para entrar, por causa da revista e do raio X – muita gente perdeu parte de partidas por isso – e também nas lanchonetes.

A Marina da Glória, local das competições de vela, foi a mais carioca das arenas. O público assistiu às regatas na Praia do Flamengo, tendo o Pão de Açúcar ao fundo, e protegido pela sombra de ombrelones, em esteiras à beira-mar. Um telão mostrava as provas nas raias distantes. “A gente não tinha noção de que seria assim. Ficou a cara do Rio”, disse a administradora Verônica Ribeiro, de 35 anos. Não havia grandes filas para comprar comida e vendedores compunham o clima de domingo.

No quesito festa, um acerto foi a escolha do Boulevard Olímpico como point do evento. A nova Praça Mauá, devolvida à cidade há dez meses, se transformou na queridinha de cariocas e turistas – 1 milhão de pessoas se dirigiram em multidões para assistir a transmissões ao vivo de provas no telão, ver shows ou simplesmente flanar.

Metrô. O horário do metrô foi o principal alvo de críticas. Em dias de jogos noturnos no Parque Olímpico e no Maracanãzinho, as estações fecharam antes que os torcedores chegassem. A recomendação do secretário municipal de Coordenação de Governo, Rafael Picciani, para que o público saísse antes do fim dos jogos, causou indignação. “A declaração foi inacreditável. Você paga uma fortuna para sair antes de acabar? Torce para o jogo não ser bom, para terminar rápido? Na partida de vôlei masculino contra os Estados Unidos, estávamos perdendo de 2x1 e parte do público torceu para os brasileiros perderem logo para pegar o metrô aberto”, lamentou o designer Rogério Boechat, de 38 anos.

DEU CERTO:

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– Cerimônia de abertura– Esquema de limpeza, organização, clima, shows e alimentação no Boulevard Olímpico– Limpeza das arenas– Voluntário em bom número e bem informados– Cartão de transporte olímpico– Clima festivo e gentileza dos cariocas com turistas– Torcedores brasileiros dando apoio a equipes estrangeiras– Animadores que entretiveram as torcidas durante o vôlei DEU ERRADO:

– Água da piscina do Parque Maria Lenk, que ficou verde durante cinco dias– Sistema de venda de ingressos online claudicante– Filas longas para entrar nas arenas– Filas também para comprar comida nas arenas, além de bebidas quentes e falta de reposição de itens– Banheiros insuficientes no Boulevard Olímpico– Falta de transporte para voltar à noite do Parque Olímpico– Segurança precária em Deodoro. Houve o registro de duas balas perdidas– Torcedores brasileiros que vaiaram atletas estrangeiros– Torcedores brasileiros que fizeram barulho excessivo em momentos que os atletas precisavam de concentração– Assentos com vista parcial para natação e no basquete

LEGADO PARA O RIO:

– BRT Transolímpica (Deodoro-Recreio)– Linha-4 do metrô (Ipanema-Barra)– Revitalização da zona portuária, com reabertura da Praça Mauá– VLT do centro. Uma linha foi contruída e há previsão de outras– Ampliação do Elevado do Joá (São Conrado-Barra)– O circuito de canoagem slalom e a pista de ciclismo BMX vão fazer parte do Parque Radical, que deve ser o segundo maior parque da cidade– Arena do Futuro. O espaço das competições de handebol será desmontado e transformado em quatro escolas municipais, cada uma com 500 alunos, sendo duas na Barra, uma em Jacarepaguá e outra em São Cristóvão– Estádio Aquático. O espaço da natação e do polo aquático vai virar o centro administrativo do Centro Olímpico de Treinamento para atletas de alto rendimento– Complexo esportivo de Deodoro– Ampliação do Aeroporto Internacional. O terminal 2 do Galeão ganhou uma extensão, área de mais de 100 mil metros quadrados, com 26 novas pontes de embarque, e um espaço de lojas e restaurantes de 30 mil metros quadrados– Rede hoteleira. Incremento de 28 mil quartos em hotéis, especialmente na região da Barra da Tijuca/ COLABOROU CLARISSA THOMÉ