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Esporte em ação visita extremo da zona leste para difundir basquete

Branca, medalhista olímpica na modalidade, esteve no Itaim Paulista

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Por Alessandro Lucchetti
Atualização:

Nesta segunda-feira, o Projeto Esporte em Ação, que promove a interação de crianças e jovens com modalidades olímpicas no ano em que o Brasil recebe os Jogos, aportou na EMEF Dr. José Pedro Leite Cordeiro, que fica a mais de 30 quilômetros da Praça da Sé, o marco zero da capital paulista. Localizada na Cidade Kemel, no Itaim Paulista, perto dos limites de Ferraz de Vasconcelos, Poá e Itaquaquecetuba, a escola fica longe demais para atrair qualquer projeto socioesportivo ou cultural. Mas o Esporte em Ação não é um projeto qualquer. O professor Eduardo Soares teve que se beliscar quando recebeu a confirmação de que Branca, vice-campeã olímpica no basquete nos Jogos de Atlanta-96, pisaria a quadra com pintura descascada, desníveis que convidam a tombos e tropeços e um aro torto. "Acho que nunca um medalhista olímpico esteve nesta região. Sempre inscrevi nossa escola em projetos desse tipo, mas nunca fomos contemplados. Não acreditava que o projeto chegaria aqui, no final da zona leste", diz Soares.

Branca participou de evento na zona leste de São Paulo Foto: Nilton Fukuda|Estadão

As duas quadras nas quais Branca ministrou a atividade - palestra e ensino de técnica de arremesso - atraíram 270 crianças, todas presenteadas com uma pequena medalha. Numa outra mesa, figurava uma outra, um pouco maior, prateada, na qual se lia "XXVI Olympiad - Atlanta 1996". É a peça que a armadora da seleção brasileira recebeu por ter ajudado o Brasil a ficar em segundo lugar naquela competição. Branca era reserva de uma equipe fantástica, campeã mundial dois anos antes, na Austrália. Em Atlanta, o quinteto titular era formado por Paula, Hortência, Janeth, Marta e Alessandra. Soares tem o cuidado de remover os aros assim que encerra cada aula que contenha prática de basquete. A quadra era invadida aos finais de semana por marmanjos que arrebentavam as grades para poder jogar futsal. Para evitar mais danos, a diretoria resolveu abrir os portões para que os moradores da região possam bater sua bola.

Branca, que hoje trabalha com formatação de projetos para captação de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, vibrou com a experiência. "Gosto de contar a história desta medalha, o que passei para conquistá-la", diz a ex-jogadora, já com 50 anos de idade. "Fico feliz também porque o projeto doou dez bolas para e escola. Tudo começa com a bola", acrescenta a ex-armadora, que deu seus primeiros arremessos, ao lado de Paula, no fundo do quintal de casa, em Osvaldo Cruz, numa tampa de privada.

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