PUBLICIDADE

Publicidade

Estrelas mundiais dizem 'presente' no Rio

Astros como Bolt e Gaitlin devem ofuscar banimento da Rússia, se confirmado

Foto do author Gonçalo Junior
Por Gonçalo Junior e Nathalia Garcia
Atualização:

O cardápio de estrelas do atletismo nos Jogos do Rio está praticamente completo. O único asterisco está no nome de Yelena Isinbayeva, que ainda luta por um lugar após banimento da Rússia por doping. A holandesa Dafne Schippers, os jamaicanos Usain Bolt, Shelly-Ann Fraser-Price, Yohan Blake e Elaine Thompson, os norte-americanos Justin Gatlin e Ashton Eaton, a etíope Genzebe Dibaba e o britânico Mo Farah seguramente vão ofuscar a ausência dos russos, se confirmada.

PUBLICIDADE

Os Estados Unidos, maior potência da modalidade, trarão cinco campeões olímpicos e cinco campeões mundiais. Nas provas de velocidade, vão disputar um jogo de poder com a Jamaica. A maior estrela é Justin Gatlin, principal rival de Bolt nos 100 m. Quenianos e etíopes estão prontos para dominar as provas de fundo e meio fundo. O Quênia vai trazer astros como David Rudisha, campeão olímpico em Londres 2012 e bicampeão mundial nos 800 m. Pela Grã-Bretanha, Mo Farah, duas vezes medalha de ouro em Londres 2012 (5000 e 10000 m) e cinco vezes campeão mundial, estará no Rio. Nas provas de pista, a tônica é o equilíbrio.

Depois do fraco desempenho no Pan de Toronto, com o menor número de ouros em 44 anos, o Brasil está otimista. Com 67 atletas, a maior delegação da modalidade da história dos Jogos, a confederação espera chegar ao maior número possível de finais, mas evita falar em medalhas. As apostas são a saltadora Fabiana Murer e as provas de revezamento.

Lesão na coxa direita atrapalha preparação do astro olímpico da Jamaica Foto: Ricardo Makyn/AFP

Em disputa direta contra os Estados Unidos, a Jamaica vai tentar manter o domínio nas provas de velocidade. Mas terá de superar um entrave: as lesões de seus astros. Enquanto os jamaicanos sofreram com problemas físicos na seletiva nacional, os norte-americanos estão “voando”.

Usain Bolt terá a chance de buscar o tri nos 100 metros rasos, a prova mais nobre do atletismo. Antes disso, precisa provar na etapa de Londres da Liga Diamante, no dia 22 de julho, que está recuperado de uma lesão na coxa esquerda. O homem mais rápido do mundo entrou na lista final dos Jogos com um atestado médico.

Os concorrentes estão determinados a quebrar a supremacia de Bolt. O principal adversário é Justin Gatlin, dos Estados Unidos, que ostenta a melhor marca da temporada (9s80). O compatriota Yohan Blake é outro atleta que tem chances de surpreendê-lo. Nos 200 metros, os nomes se repetem; vale acrescentar o americano LaShawn Merritt.

No feminino, as jamaicanas mais à frente. Bicampeã olímpica, Shelly-Ann Fraser-Pryce sonha em fazer história. Para manter seu reinado, ela precisa superar uma contusão no dedo do pé, que impediu sua presença nos 200 metros.

Publicidade

Elaine Thompson é outra postulante à medalha de ouro. A jamaicana cravou o melhor tempo do ano (10s70) e igualou o recorde nacional da rival. A velocista também é um forte nome nos 200 metros, mas precisa se recuperar de uma contusão semelhante à sofrida por Bolt para entrar na briga pelas medalhas.

Os holofotes também estarão em Dafne Schippers, da Holanda. A atual campeã mundial, que chegou a brilhar no heptatlo, promete mostrar seu talento no Rio. Olhos atentos também em Tori Bowie (EUA), Shaunae Miller (Bahamas) e Veronica Campbell-Brown (Jamaica), que disputará sua quinta Olimpíada.

Nos 110 metros com barreiras, os jamaicanos Omar Mcleod e Hansle Parchment – outro atleta prejudicado por lesão – querem aproveitar a ausência do campeão olímpico Aries Merritt. O americano, que fez um transplante de rim, não se classificou na seletiva e é uma das baixas no Rio. O jogo de poder entre Jamaica e Estados Unidos também poderá ser observado nos 400 metros rasos – destaque para Allyson Felix (EUA) – e nas outras provas com barreiras.

Mo Farah comemora conquista do tricampeonato mundial nos 5.000m Foto: Adrian Dennis/AFP

Nas provas de longa distância, etíopes e quenianos costumam bagunçar o mapa-múndi e colocar o continente africano no centro das atenções. Na opinião do técnico Ricardo D’Angelo, do Clube de Atletismo BM&F Bovespa, fatores como a altitude de várias cidades, o potencial genético e a cultura esportiva explicam o bom desempenho dos africanos.

PUBLICIDADE

A etíope Genzebe Dibaba é um dos nomes em evidência. Irmã de Tirunesh Dibaba, tricampeã olímpica, e de Ejegayehu Dibaba, prata em Atenas, ela é a atual recordista mundial dos 1500 m com 3m50s07, marca estabelecida no Mundial de Pequim-2015. Genzebe tentará escrever seu nome na história dos Jogos nos 5000 m no qual conquistou bronze em Pequim.

Sobre sua trajetória recente, no entanto, paira uma dúvida. Seu técnico, o somali Jama Aden, foi preso no mês passado acusado de administrar substâncias dopantes a seus atletas.

A também etíope Almaz Ayana é a principal adversária de Dibaba. Ela tem a segunda melhor marca da história nos 5000 m ao correr a distância em 14m12s59 durante o meeting de Roma da Liga Diamante.

Publicidade

Também merecem destaque os quenianos David Rudisha, campeão em Londres 2012 e bicampeão mundial nos 800 m; e Conselus Kipruto, prata no Mundial de 2015 nos 3000 m com obstáculos. A sul-africana Caster Semenya voltou a ter resultados expressivos neste ano após ser campeã mundial dos 800 m em Berlim em 2009.

A exceção para a supremacia dos países africanos é Mo Farah, somali naturalizado inglês, que vai defender os títulos nos 5000 m e 10000 m. Ainda na Grã-Bretanha, Jessica Ennis-Hill, ouro no heptatlo há quatro anos, deve conseguir bons resultados.

Entre os brasileiros, as maiores esperanças estão com Marilson Gomes dos Santos. Embora não esteja na melhor fase de sua carreira, foi o brasileiro com o melhor índice na maratona. 

Fabiana Murer é a atual líder do ranking mundial do salto em distância Foto: Wagner Carmo/Divulgação

As disputas de campo apresentam equilíbrio em várias provas para os Jogos do Rio. O salto triplo é um dos melhores exemplos. No feminino, duas sul-americanas estão no topo do ranking mundial: a colombiana Caterine Ibarguen (15,04 m) e a venezuelana Yulimar Rojas (15,02 m). Além delas, Olga Rypakova, do Kazaquistão, e Paraskevi Papahristou, da Grécia, têm ótimas marcas.

O salto triplo masculino terá dois atletas norte-americanos destacados: Christian Taylor e Will Claye. No arremesso de peso, o destaque é a neozelandesa Valerie Adams. Já no lançamento de martelo, a polonesa Anita Wlodarczyk é a recordista mundial e única mulher a lançar acima de 80 metros.

O salto com vara feminino é provavelmente a prova mais acirrada. Pelo menos sete atletas têm chances reais de medalha com marcas entre 4,80 e 4,87. Entre elas estão Yelena Isinbayeva, se confirmar presença, a grega Ekateríni Stefanídi, a cubana Yarisley Silva, a norte-americana Jennifer Suhr e a brasileira Fabiana Murer. “A Fabiana está em ascensão e pode chegar em grande forma”, diz o técnico José Carlos Rabaça, da BM&F Atletismo.

No masculino, o favorito é o francês Renaud Lavillenie. Além dele, mas dois atletas saltaram mais de 5,90. No grupo de grandes saltadores está o brasileiro Thiago Braz, que já alcançou 5,93 o ano passado e 5,85 neste ano. Especialistas afirmam que ele poderá saltar acima de seis metros.

Publicidade