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Gabriela Silva sonha com o índice olímpico

Nadadora é a primeira mulher da América do Sul a quebrar a barreira de um minuto dos 100 m borboleta

Por Heleni Felippe
Atualização:

A natação feminina brasileira, bem mais fraca que a masculina, ganhou esperanças para classificar outra atleta para a Olimpíada de Pequim, em agosto. Gabriela Silva, de 19 anos, venceu os 100 m borboleta, no Sul-Americano, encerrado neste domingo, em São Paulo, com recorde continental. Foi a primeira mulher da América do Sul a fazer a prova em menos de um minuto e é forte candidata a conquistar o índice olímpico na última competição seletiva, o Troféu Maria Lenk, em maio. Veja também:  Especial: Pequim, as cidades e os locais da Olimpíada 2008 Até agora, dos 11 nadadores confirmados nos Jogos, somente Flávia Delaroli, nos 50 m livres, e Fabíola Molina, nos 100 m costas, representam o naipe feminino. "Estou muito feliz por ter quebrado o recorde sul-americano e a barreira do minuto [fez 59s79, nas eliminatórias, e depois venceu a prova com 1min00s74]", conta a atleta. Para Gabriela, conquistar a marca para ir a Pequim exigirá mais esforço. "Eu não estava polida [no melhor da forma para competir] e agora vou buscar o índice no Maria Lenk. Vou manter o foco, estou bem pertinho", diz a carioca, que levou a medalha de bronze no Pan do Rio, em 2007. O índice que persegue nos 100 m borboleta é 59s35. Gabriela iniciou sua carreira no Fluminense, aos 6 anos, e passou pelo Flamengo e Minas. Em 2006, chegou ao Pinheiros. Desde então, acha que evoluiu muito. Para chegar onde está, contou com o apoio dos pais, Fernando e Márcia, e desde pequena pensa na disputa de uma Olimpíada. "Sonhei com isso." A nadadora comenta que o seu foco, depois do Open - no fim do ano passado, que valeu como seletiva olímpica - passou a ser o Maria Lenk e não o Sul-Americano. "Melhorei 70 centésimos de segundos, não esperava. No Open, eu queria ter nadado na casa dos 59 segundos e não consegui, aí reprogramei para o Maria Lenk", conta. "A Gabriela mostrou que pode fazer a marca. Ela nadou três décimos de segundo acima do índice, quebrou a barreira do minuto e hoje se sente mais confiante", avalia o técnico Alberto Silva. Na Olimpíada de Atlanta, em 1996, o Brasil tinha uma única mulher no grupo, Gabriele Rose, que vivia nos EUA. Em Sydney, quatro anos depois, novamente teve apenas uma nadadora: Fabíola Molina. Nos Jogos de Atenas, em 2004, a natação levou sua maior equipe, com oito nadadoras e a presença em três finais (Joanna Maranhão, Flávia Delaroli e o revezamento 4 x 200 m livre). Em Pequim, o grupo dificilmente repetirá a boa atuação de Atenas. "A natação feminina ainda está atrás da masculina, mas essa geração é mais forte, se comparada a anteriores", observa a promissora Gabriela.

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