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Juiz contradiz ministro sobre líder de suposto grupo terrorista

'Não há uma organização bem definida', afirma Marcos Josegrei da Silva

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Por Edson Fonseca
Atualização:

O juiz da 14ª Vara Federal de Curitiba, Marcos Josegrei da Silva, responsável pela operação hashtag, que levou à prisão 10 suspeitos de terrorismo nesta quinta-feira, negou que o preso no Paraná seja o líder do grupo, como aventou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. 

Para o juiz, "é difícil falar em liderança, na medida em que não há uma organização bem definida. Eles compartilharam vídeos que circulam na internet ou em grupos fechados, elementos que foram usados como indícios para a acusação", explicou. Segundo o juiz, as investigações começaram em abril deste ano, já baseadas na nova legislação antiterror. Os suspeitos estão sendo investigados por "integrar o promover organização terrorista, e iniciar atos preparatórios tendentes à prática de terrorismo".

Suspeito de planejar atentado terrorista é preso pela PF Foto: Mario Ângelo/Sigmapress

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Para Josegrei da Silva, não é possível afirmar que havia um alvo delimitado, mas houve conversas no sentido de que os Jogos Olímpicos do Rio, que começam no dia 5 de agosto, seriam uma oportunidade de atentar contra países da coalizão que são inimigos do Estado Islâmico, embora o Brasil não seja um destes países.

Foram expedidos 14 mandados, 12 de prisão e dois de condução coercitiva em nome de Alisson Luan de Oliveira, Antonio Andrade dos Santos Junior, Daniel Freitas Baltazar, Hortencio Yoshitake, Israel Pedra Mesquita, Leandro França de Oliveira, Leonid El Kadre de Melo, Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, Marco Mario Duarte, Mohamad Mounir Zakaria, Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, Valdir Pereira da Rocha, Vitor Barbosa Magalhães e o menor M.B.S.

Outras ordens de prisão e de buscas estão sendo realizadas no Paraná, mas o juiz preferiu não adiantar mais dados para "não atrapalhar as investigações". Segundo Josegrei da Silva, os suspeitos têm entre 20 e 40 anos.

As prisões temporárias têm validade de 30 dias e podem ser prorrogadas conforme os resultados das investigações. "As prisões e buscas têm como finalidade tentar obter elementos que produzam uma confirmação. Nem tudo o que uma pessoa preconiza no mundo virtual necessariamente ela vai realizar no mundo real", afirma o juiz.

 

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