Meldonium deve fazer novas vítimas até os Jogos, diz especialista

Ganhador da prata em Londres e outros cinco lutadores da Geórgia sofrem punições; lista ainda deve aumentar até os Jogos Olímpicos

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Por Daniel Batista
2 min de leitura

Uma substância tira o sono de muitos atletas e será motivo de preocupação até o início da Olimpíada. O Meldonium, que fez com que a tenista Maria Sharapova fosse pega no exame antidoping, é mais comum entre os atletas do que se imagina. Na quarta-feira foram anunciados mais seis casos, de atletas de luta olímpica da Geórgia.

É praticamente certo que mais casos devem aparecer até o dia 5 de agosto, quando começam os Jogos no Rio. No total, 14 atletas já foram flagrados no antidoping por causa da substância. Além de Sharapova, estão na lista quatro atletas russos (Edouard Vorganov, ciclista; Ekaterina Bobrova, patinadora artística; Semión Elistratov e Pável Kulizhnikov, ambos da patinação de velocidade) e dois ucranianos (os biatletas Olga Abramova e Artem Tychtchenko).

Completam a lista, o maratonista etíope Endeshaw Negesse e a etíope naturalizada sueca Abebe Aregawi, corredora de 1.500 metros. Dos seis lutadores da Geórgia, apenas um teve o nome revelado, Davit Modzmanashvili, medalhista de prata na luta olímpica nos Jogos de 2012 na categoria livre até 120 quilos.

Um laboratório antidoping de Colônia, na Alemanha, foi quem percebeu os efeitos dopantes do Meldonium, substância criada na Letônia e muito utilizada por atletas que treinam ou vivem no Leste Europeu. Desde o dia 1.º de janeiro deste ano, a substância entrou na lista de elementos dopantes.

A substância aumenta o desempenho do metabolismo, o que eleva a resistência do atleta. Ainda ajuda na recuperação depois de um esforço físico, protege da fadiga e melhora a ativação do sistema nervoso central. Tudo isso ocorre porque o Meldonium reforça a parede do músculo cardíaco e permite maior quantidade de sangue por pulsação.

Embora tenha sido desenvolvido na Europa, atletas de todo o mundo correm risco de serem pegos. E os brasileiros não fogem à regra. Na semana passada, atletas da ginástica do Brasil foram a Brasília e, entre outros compromissos, visitaram a ABCD, onde conversaram com Marco Aurélio Klein, Secretário Nacional da instituição. Eles foram avisados para nunca tomarem medicamentos sem consultar a ferramenta de busca das substâncias proibidas no site da WADA ou da própria ABCD. “Se a Sharapova tivesse feito isso, teria evitado o doping. Atleta precisa ter cuidado”, disse Klein.