'Meu objetivo não é participar, quero uma medalha', diz Murilo Fischer

Ele é o único ciclista brasileiro profissional no World Tour

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Por Nathalia Garcia
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Aos 36 anos, Murilo Fischer participa da corrida olímpica do ciclismo de estrada para disputar os Jogos pela quinta vez na carreira. O brasileiro, que compete anualmente no Tour de France, no Giro d'Itália e na Volta da Espanha, não quer ir ao Rio só para participar. Sua melhor posição foi o 20º lugar nos Jogos de Pequim, em 2008. No entanto, o ciclista mostra confiança: "Meu objetivo é uma medalha, não tenho dúvida."Como está a corrida olímpica no ciclismo de estrada? Não existe um índice, como na natação e no atletismo. O ciclismo de estrada é um esporte de experiência, por isso, estou confiante de que serei selecionado para a equipe brasileira nos Jogos do Rio. 

Murilo Fischer participa da corrida olímpica do ciclismo de estrada Foto: Reuters - 10|2|2011

Como vê a chance de disputar a sua 5ª Olimpíada? A progressão que tive nas últimas quatro Olimpíadas me dá mais esperança. Olhando para trás, como avalia sua trajetória ao longo dos anos? Em Sydney, eu era super jovem, completamente inexperiente no ciclismo profissional. Mesmo assim eu considero que tive uma boa participação, terminei na 89ª posição. Não é um resultado importante, mas foi bom para um jovem atleta. Em Atenas, era o meu primeiro ano no ciclismo profissional, foi uma corrida bem difícil. Já nas últimas duas edições tive um desempenho muito bom para aquilo que a gente esperava. Pequim foi uma corrida muito dura no final, fui 20º no circuito nas muralhas. Não tive o melhor resultado em Londres, mas tive o melhor desempenho físico. Isso me deixa com esperança para o Rio. É possível brigar por medalha no Rio? Para qualquer brasileiro é difícil pensar em medalha, o circuito é bem seletivo. A gente tem tempo para se preparar e sabe que é difícil, porém não é impossível. O que seria um resultado bom para você no Rio? Resultado bom é medalha. É um trabalho coletivo com resultado individual. E a gente não tem tradição no ciclismo. Moro na Europa há 15 anos, sou um caso isolado da verdadeira situação do ciclismo brasileiro. O meu objetivo não é ir para a Olimpíada para terminar, para participar ou para dizer que fui. Meu objetivo é uma medalha, isso não tenho dúvida.O que você acha que tem te ajudado a ter uma longa carreira? Esse é meu 13º ano profissional. Profissional na Europa é como jogar no Manchester ou no Real Madrid, para se ter uma ideia da dificuldade que é aqui. A seleção natural é muito maior do que a qualidade física dos atletas. Para tu cair é fácil, mas entrar é muito difícil. Sempre procurei achar o meu espaço, aquilo que posso fazer de melhor para a equipe. Essa é a diferença de tantos outros que tentaram e não conseguiram uma carreira tão longa.  

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