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O brasileiro-libanês e a 'firula' argentina

Nacif Elias se recusou a deixar o tatame após ser desclassificado por um golpe

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Por Ciro Campos , Paulo Favero e enviados especiais ao Rio
Atualização:

Um surto de raiva no tatame chamou a atenção do público ontem na Arena Carioca 2. O brasileiro naturalizado libanês Nacif Elias se recusou a deixar o local após ser desclassificado por um golpe considerado ilegal no adversário argentino. Mesmo após pedir desculpas pela conduta, o judoca reclamou que foi prejudicado por uma postura conhecida do futebol, a catimba.

Elias foi eliminado logo na primeira luta da categoria até 81 kg, contra Emmanuel Lucenti. A arbitragem o eliminou por avaliar que o golpe de braço foi uma ação deliberada para machucar o adversário.

Nacif Elias, judoca brasileiro naturalizado libanês Foto: Markus Schreiber/AP

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“O argentino fez firula. Ele falou que se machucou, saiu de lá e com o mesmo braço, segurou a garrafa de água. Ainda voltou normal depois, sem bandagem. Caíram na catimba dele”, reclamou ao Estado.

O capixaba neto de libanês chegou a defender a seleção brasileira de judô, até se naturalizar pelo país árabe para poder participar dos Jogos. Elias foi o porta-bandeira da nação na cerimônia de abertura.

Nos últimos anos, o judoca treinou em Vitória (ES) e afirmou ter investido em viagens o dinheiro que guardava para comprar um apartamento. Para se manter competitivo, pagou passagens para atletas irem à cidade treinar com ele.

“Eu me endividei para bancar meu treino. Aí fazem isso comigo? É revoltante. Foi uma vergonha o que fizeram. Mancharam a imagem do judô internacional”, criticou. Elias explicou que costuma aplicar o golpe que gerou a punição em várias lutas e jamais teve problemas em qualquer competição.

O maior lamento do competidor foi perder a chance de pódio. Elias contou já ter vencido o argentino duas vezes, assim como um canadense que seria o próximo adversário em caso de vitória. Com o judoca que se sagrou campeão ontem, o russo Khasan Khalmurzaev, o libanês diz já ter feito lutas equilibradas.

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A vontade de se desculpar pelo destempero lhe fez voltar ao tatame para acenar ao público. “Ainda assim acho que vou receber alguma punição, até porque dei a minha opinião. Minha atitude foi errada. Espero que entendam o quanto batalhei para estar nos Jogos”, disse.

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