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O investimento no esporte precisa ser algo contínuo no País

Grandes potências esportivas mundiais não trabalham em "ciclos olímpicos"

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De forma geral, quando se fala em ‘revisões dos critérios em vigor’ boa coisa não vem. A impressão que fica é a de que os orçamentos olímpicos e paralímpico serão reduzidos. Por isso, os processos precisariam ser mais claros – o dinheiro vai diminuir? 

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Mais uma vez a história se repete no Brasil das outras modalidades esportivas após o fim de uma Olimpíada. Federações, confederações, prefeituras, estados e o governo federal falam em revisões no orçamento do próximo ciclo olímpico – Japão-2020.

Esse, talvez, seja um dos grandes problemas do esporte de alto rendimento no País – não existe processo contínuo. Atleta e estafe precisam do mínimo de planejamento para atingir objetivos e conquistar medalhas.

Se o atleta não recebe apoio público, ele precisa encontrar um clube para treinar e competir. Com o Brasil em recessão, isso fica mais difícil – não tem como Pinheiros, Minas, Palmeiras e outros tantos absorverem toda essa demanda sozinhos, sem apoio público.

As grandes potências esportivas mundiais não trabalham em “ciclos olímpicos”. Investe-se em infraestrutura, em treinadores e na busca por jovens talentos que serão lapidados não para uma edição de Olimpíada ou de Mundial, mas para uma vida dedicada ao esporte. Não há descontinuidade no ciclo. 

Como é que um atleta brasileiro vai se concentrar em treinos e disputa, índices e marcas, se há uma série de incertezas em relação aos programas que o sustentam, como o Bolsa Pódio? A questão nem é se a verba vai diminuir ou se o número de esportistas contemplados será reduzido, porque se isso acontecer, não haverá a menor expectativa de melhora na performance brasileira. É retrocesso.

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