O trauma e as superstições de Virna

Atacante não assistiu ainda Brasil x Cuba, que antecedeu a primeira medalha do vôlei feminino em Olimpíada

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Por Alessandro da Mata
Atualização:

Virna temum trauma dos Jogos. Elaparticipou da conquista da primeira medalha do vôlei feminino brasileiro em Olimpíada. Masainda não superou o episódio Brasil x Cuba, deAtlanta, nos Estados Unidos, em 1996. 

“Ganhamos o bronze, mas só tivemos a noção da importância  dele ao chegar no País.  E até hoje eu não assisti o vídeo da derrota na semifinal para as nossas maiores rivais. Meu marido pôs outro dia no Youtube, mas me dá muita angústia”, destaca a atacante aposentada, integrante da seleção nacional por mais de uma década.

Virna sobe para cortar e vencer o boqueio cubano, nos Jogos de Atenas, na Grécia, em 2004 Foto: Zainal Abd Halil

Virna tinha convicção de que,ao passar por Cuba,subiria ao ponto mais alto do pódio. O Brasilcomeçou melhor. Mas perdeu por 3 a 2. As atletas entraram embriga corporal. “Os brasileiros me conhecem por aquele jogo contra Cuba, quando brigamos dentro e fora da quadra. Perdemos por conta da força física. Era um time imbatível. Não dormimos. Parecia que tinha falecido um parente”, afirma Virna. O bronze veio com os 3 sets a 2 sobre a Rússia, obtido praticamente pelas reservas,depois de um chacoalhão de Oscar, do basquete, com quem elas cruzaram por acaso na Vila Olímpica, às vésperas da partida.  EmAtlanta, Virna apeloupara a superstição: “Quando o a seleção brasileira ganhava, eu usava a mesma camisa, elástico de cabelo e até roupa íntima. Lavava, secava e usava no jogo seguinte. A Olimpíada é incrível. Daria tudo para jogarde novo”, diz a atual comentarista esportiva. 

Virna é consolada pelo filho após uma derrota para Cuba, em Atenas, na Grécia, em 2004 Foto: Sergio Moraes

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Virna lembra de outros costumes diferentes naOlimpíada, sem receio de um diagnóstico precoce deTranstorno Obsessivo Compulsivo (TOC). “Antes do jogo, eu colocava uma fita cassete de escola de samba no walkman. Ouvia no talo. Aquilo dava energia para eu me acalmar", ela conta. Virnarecorda do pedido da camisa 10: "Erahomenagem ao Zico. Meu filho nasceu em 10, do 10 de 2010. Fico somando qualquer coisa para ver se dá 10", explica a torcedora do Flamengo, queganhou também bronze em Sydney, na Austrália, em 2000, eparticipouem Atenas, na Grécia, em 2004.

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