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PF investiga suposto desvio de R$ 85 milhões em obra olímpica

Polícia averigua fraudes do Complexo Esportivo de Deodoro

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Luciana Nunes Leal e Marcio Dolzan
Atualização:

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira oito mandados de busca e apreensão na sede do consórcio encarregado das obras da Área Norte do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, segunda principal área de competições dos Jogos Olímpicos deste ano.

Segundo nota da Polícia Federal, investigações apontam fraudes no transporte de entulho da obra, com falsificação de documentos e superfaturamento. Também foram detectados indícios de falsificação nos registros dos volumes de resíduos das obras de construção civil, que são transportados do local das obras e, depois, depositados em um bota-fora no município de Duque de Caxias (RJ).

Obras no Complexo Esportivo de Deodoro são investigadas Foto: AFP

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As despesas referentes à tarifa de disposição de resíduos da construção civil no local licenciado também não foram pagas. Os mandados são cumpridos também em duas empresas prestadoras de serviço para o consórcio Complexo Deodoro, formado pelas empresas Queiroz Galvão e OAS.

Em nota, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) - antiga Controladoria-Geral da União (CGU) - informou que "a operação objetiva desarticular uma ação criminosa que resulta em desvio de recursos públicos nas obras". Em razão das irregularidades detectadas nas obras do complexo, a 3ª Vara Criminal Federal determinou, em março deste ano, bloqueio de R$ 128,5 milhões que seriam destinados ao pagamento do Consórcio Complexo Deodoro.

"A simulação de despesa de transporte de resíduos das obras, com a falsificação de documentos públicos e a oneração de custos incidentes sobre as obras olímpicas, representa um prejuízo potencial de R$ 85 milhões aos cofres públicos", afirmou o MTFC. Além da PF e do ministério, participam da Operação Bota-Fora a Receita Federal e o Ministério Público Federal. Procurado, o consórcio Complexo Deodoro informou que "já prestou os esclarecimentos necessários" às autoridades. "O consórcio esclarece ainda que a alteração do custo de transporte de resíduos se deve ao acréscimo da quantidade de material transportado, o qual não estava previsto inicialmente no projeto básico. Tal alteração não impactou o valor total da obra estipulado em contrato", informou, em nota. A Prefeitura do Rio, responsável por acompanhar o andamento das obras do Complexo Esportivo de Deodoro, também se posicionou. "A Prefeitura do Rio informa que não fez nenhum pagamento referente aos serviços que são alvo da operação da Polícia Federal. Os repasses para o consórcio, formado pelas empresas Queiroz Galvão e OAS, estão bloqueados desde o início das investigações. O município acompanha o trabalho da PF e do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle e aguarda a conclusão da apuração do caso. A prefeitura reforça que, enquanto não forem apresentados aos órgãos de controle da União os documentos adequados e comprovantes de prestação de contas, os pagamentos continuarão suspensos", informou, em comunicado.PARTICIPE Quer saber tudo dos Jogos Olímpicos do Rio? Adicione o número (11) 99371-2832 aos seus contatos, mande um WhatsApp para nós e passe a receber as principais notícias e informações sobre o maior evento esportivo do mundo através do aplicativo. Faça parte do time "Estadão Rio-2016" e convide seus amigos para participar também!