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Palácio do Planalto está 'muito preocupado' com problemas na Vila Olímpica

Questões como segurança, prejuízos e energia também são destacados

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Por Tania Monteiro
Atualização:

Apesar de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, terem minimizado, em entrevista na última terça-feira, todos os problemas existentes na Vila Olímpica, o Palácio do Planalto está "muito preocupado" com todas as queixas de infraestrutura que estão sendo detectados no local de hospedagem dos atletas nos Jogos do Rio, com a segurança na área, assim como os prejuízos que estão trazendo para a imagem do País.

Há também preocupação com o fornecimento de energia. Além das inúmeras queixas que chegam ao Planalto, o próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes, "pediu socorro" às autoridades palacianas, telefonando para alguns gabinetes do Planalto, em Brasília.

Michel Temer é o presidente em exercício do Brasil Foto: Dida Sampaio

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Eduardo Paes se disse "muito preocupado" tanto com estes problemas que estão ocorrendo nos apartamentos, como de roubos ocorridos no local, e chegou a falar até da necessidade de recursos para ajudar a Prefeitura do Rio a enfrentar os percalços de ultima hora. No dia 30 de junho, o presidente em exercício Michel Temer assinou Medida Provisória liberando R$ 2,9 bilhões para socorrer o estado do Rio.

O presidente Michel Temer está sendo informado dos problemas e das dificuldades de solucioná-los. O pedido de socorro deixou preocupados os ministros e assessores do Planalto, que estão pressionando o Comitê Olímpico Brasileiro a cumprirem com suas obrigações. Mas o discurso oficial é de "cooperação total" e "solidariedade".

Outro dado que deixou assessores do presidente "perplexos" e "chocados" foi a informação divulgada pelos Correios, nesta terça-feira, de que os serviços de os serviços entrega de encomendas Sedex 10, Sedex 12 e Sedex, nem malotes, ficarão suspensos entre 28 de julho e 18 de setembro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com um interlocutor do presidente, essa decisão da estatal, que está enfrentando graves problemas de caixa, é "no mínimo estranha". Avalia ainda que este é mais um fator de danos à imagem do País.

"Tudo isso está respingando no governo federal", comentou outro assessor do Planalto, ao reconhecer como justas várias das queixas dos atletas das delegações. O governo está preocupado com o que chegou a chamar de "desorganização" de muitos quesitos e com os problemas de segurança na Vila Olímpica.

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Com a necessidade de contratação "de última hora" de 600 bombeiros, eletricistas, encanadores e outros trabalhadores para consertar defeitos detectados não há um controle, como deveria, desses funcionários no local, abrindo brechas para todo tipo de problema, inclusive de segurança. Da mesma forma, o governo federal já foi informado que a empresa contratada para operar os detectores de metais e aparelhos de raio X ainda não conseguiu selecionar os funcionários suficientes para executar os trabalhos na Vila Olímpica.

Outra preocupação do Planalto é com a divulgação de informações sobre questões de segurança. O Palácio quer reavaliar a estratégia de informação de eventos porque considerou que a fórmula adotada pelo Ministério da Justiça para tratar da Operação Hashtag acabou gerando danos, com um efeito exatamente ao contrário do desejado, pelo nível de preocupação que levou para a população, ao invés de tranquilizá-la.