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Paralímpicos buscam últimos conselhos no '2º lar'

Delegações de atletismo, judô e natação ajustam os treinos para os atletas não perderem a força com o suporte do NAR

Por Alessandro da Mata
Atualização:

A duas semanas dos Jogos Paralímpicos, os principais atletas brasileiros adaptam os treinos para chegar com a maior potência neuromuscular nas disputas do Rio. Eles buscam suporte no Núcleo de Alto Rendimento (NAR), em São Paulo, que nos últimos três anos teve cerca de 50 publicações científicas em revistas especializadas pelo mundo. 

Neste ciclo paralímpico de quatro anos, ao menos 70% dos 279 representantes brasileiros passaram pelo NAR. As delegações de atletismo, judô e natação, entre outras, receberam orientações de longo prazo. Nesta reta final, confederações e técnicos buscam o equilíbrio entre o acelerar ou desacelerar em demasia dos atletas.

Atletas do judô paralímpico são avaliados em julho no NAR Foto: Divulgação| NAR

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"Nossos atletas paralímpicos são muito bem treinados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que tem uma excelente estrutura multidisciplinar. Eles realizam periodicamente avaliações de composição corporal, testes clínicos, de sono, bioquímicos, entre outros. Os atletas são constantemente atendidos por psicólogos e nutricionistas. O NAR atua especificamente no controle e prescrição do treinamento neuromuscular. Cabe a nós, junto aos treinadores, adequar e ajustar a carga de treinamento de força e potência muscular dos atletas, de acordo com as exigências individuais dos sujeitos e de cada uma das modalidades Paralímpicas. Utilizamos estratégias avançadas de controle de cargas sobretudo as que priorizam o monitoramento da velocidade de execução dos exercícios", explicou Irineu Loturco, doutor em treinamento esportivo e diretor técnico do NAR.

O monitoramento e a comparação dos desempenhos dos atletas após o trabalho do NAR fica a cargo das confederações. Os exercícios de potência representam em boa parte dos esportes cerca de 5% de toda a rotina de treinos. Mas sabe-se que os detalhes fazem campeões.

"Nosso grande "cliente" é o treinador. Nós focamos mais na consolidação dos resultados como equipe, do que na consagração de um herói nacional. Mas é claro que nessa última fase de treinos, há casos e casos. Existem atletas com uma média de desenvolvimento neuromuscular menor ao longo dos trabalhos, mas que chegam no auge justamente nessa época. Parte deles vai deixar as nossas instalações no limite para os Jogos", cita Irineu. 

Nadadores paralímpicos também passaram pelo Núcleo de Alto Rendimento (NAR) Foto: Divulgação

Em junho, a equipe de atletismo esteve no NAR. Entre os mais de 50 atletas presentes, foram avaliados os velocistas recordistas mundiais Alan Fonteles, Yohansson Nascimento e Lucas Prado. Além dos arremessadores de peso Alessandro da Silva, Izabela Campos e Shirlene Coelho, campeões pan-americanos e mundiais.

Já na natação os trabalhos incluíram praticamente toda a seleção. Com exceção ao multi-campeão Daniel Dias, que dispõe de aparato específico e individualizado.

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Em Londres-2012, na Inglaterra, o Brasil obteve 43 medalhas. A maioria delas conquistadas no atletismo (18) e na natação (14).

A delegação do judô também esteve no NAR e partirá ao Rio somente na semana que vem. Ela foi beneficiada por uma comparação entre a força aplicada em ações de velocidade dos atletas olímpicos e paralímpicos. O treinamento passou por ajustes para equipará-los. 

O Brasil estará no tatame em 12 categorias e a expectativa da confederação é de duas a três medalhas, apesar das quatro conquistas em Londres. Entre os destaques está Antônio Tenório, quatro vezes ouro em Olimpíadas.

Em março do ano passado, em convênio com a Prefeitura de São Paulo, que cedeu o uso do terreno por cinco anos, o NAR inaugurou sua nova sede de 20 mil metros quadrados no Complexo Esportivo Joerg Bruder. Com investimento na casa dos 20 milhões de reais feito pelo Instituto Península, do empresário Abílio Diniz, o novo NAR é frequentado diariamente por esportistas de mais de 70 modalidades diferentes. 

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Além da estrutura para avaliações e treinamentos, o NAR dispõe de refeitório, área de descanso para os atletas e o atendimento de oito profissionais altamente capacitados, sendo que 50% é subsidiado pelo Instituto Península e o restante por seus patrocinadores. O NAR também conta com um curso de pós-graduação, realizado em sua própria sede, para qualificar profissionais de Educação Física.

Cerca de 15% dos atletas brasileiros que participarão da Rio-2016 já subiram no pódio em outra edição dos Jogos. A Paralimpíada acontecerá de 7 a 18 de setembro, com 4.350 atletas de 178 países, competindo em 22 modalidades. 

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