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Poluição da Baía de Guanabara assusta especialistas e atletas para a Rio 2016

Pesquisa aponta níveis altos de vírus e bactérias de esgoto humano nas águas

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Por Redação
Atualização:
Secretário estadual de Meio Ambiente, André Correa, afirmou que "não vai acontecer" a meta de despoluição da Baía de Guanabara Foto: Fabio Motta/Estadão

Os resultados dos testes indicaram altas contagens de adenovírus humanos ativos e infecciosos em algumas amostras, que se replicam no trato intestinal ou respiratório de pessoas. Esses são vírus conhecidos por causar doenças estomacais, respiratórias e outras, incluindo diarreia aguda e vômitos, além de doenças cerebrais e cardíacas, que são mais graves, porém mais raras. As concentrações dos vírus foram aproximadamente as mesmas que são encontradas no esgoto puro, mesmo em uma das áreas menos poluídas testadas, a praia de Copacabana, onde serão realizadas as provas de natação do triatlo e maratona aquática e onde muitos dos 350.000 turistas estrangeiros esperados podem dar seus mergulhos."Todos correm risco de infecção nessas áreas poluídas", disse o Dr. Carlos Terra, hepatologista e presidente do Grupo de Fígado do Rio de Janeiro.Um especialista americano em avaliação de risco para vírus transmitidos pela água examinou os dados da AP e estimou que os atletas internacionais em todos os locais de competições aquáticas teriam uma chance de 99 por cento de infecção ao ingerir apenas três colheres de chá da água, embora a probabilidade de uma pessoa ficar doente dependa da imunidade e de outros fatores.Além dos nadadores, os atletas de iatismo, canoagem e, em menor grau, remo com frequência ficam encharcados durante a competição, e também respiram as gotículas no ar.A Lagoa Rodrigo de Freitas, que passou por obras de limpeza em anos recentes, foi declarada segura para remadores e canoístas. No entanto, os testes da AP revelaram que suas águas estão entre as mais poluídas dos locais de competições olímpicas, com resultados que variam de 14 milhões de adenovírus por litro no extremo inferior a 1,7 bilhão por litro no extremo superior.Em comparação, especialistas em qualidade da água que monitoram praias no sul da Califórnia ficam alarmados se encontram contagens virais de 1.000 por litro."Se eu fosse participar das Olimpíadas", disse Griffith, o especialista em água da Califórnia, "provavelmente chegaria com antecedência, para me expor e fortalecer meu sistema imunológico contra esses vírus antes de competir, porque não vejo como eles vão resolver esse problema do esgoto."

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