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Prometida como 'ícone mundial', Vila Olímpica abre com problemas

Federação australiana se recusou ficar no dormitório designado

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Por Mariana Sallowicz
Atualização:

Uma das promessas feita pelo empresário Carlos Carvalho, conhecido como "Dono da Barra", era de que a Vila dos Atletas do Rio seria a de mais alto padrão na história dos Jogos Olímpicos, "um ícone mundial". Apesar do compromisso do dono de uma das empresas responsáveis pela construção, a Carvalho Hosken, a abertura da Vila foi marcada neste domingo por problemas com a recusa da delegação australiana em ficar no local. A Vila dos Atletas foi construída numa parceria entre a Carvalho Hosken e a Odebrecht Realizações Imobiliárias. O projeto foi aprovado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2012. As empresas se uniram para desenvolver a Ilha Pura, bairro com condomínios de alto padrão na Barra da Tijuca, que terá como seus primeiros moradores os mais de 17 mil atletas e membros de delegações que irão competir na Olimpíada. 

Após melhorias, delegação da Austrália está satisfeita com a Vila Olímpica Foto: Wilton Junior/Estadao

Ao jornal britânico "The Guardian", Carvalho disse no ano passado que a Barra da Tijuca, na zona oeste, representa o novo Rio de Janeiro como uma cidade da elite e que a Ilha Pura "precisava ser moradia de nobre, e não moradia para pobres".

São 31 prédios residenciais, divididos em sete condomínios, com 3.604 apartamentos de dois, três e quatro dormitórios. Depois das Paralimpíada, o Rio 2016 irá repintar os apartamentos e entregar às construtoras até o final do ano. 

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Durante a construção da Vila Olímpica, também houve polêmica. Em fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no ano passado, foram encontrados 11 operários nas obras do empreendimento em condições análogas à escravidão. Os trabalhadores da empreiteira Brasil Global, que prestava serviço para o consórcio, viviam em locais sem estrutura e condições mínimas de higiene.

A promessa era de que teriam alojamento, refeições e reembolso de passagem (caso daqueles que vieram de outros Estados). À época, o Ilha Pura informou que mantinha procedimentos rigorosos nas relações trabalhistas e que colaboraria com as autoridades.

Um ano antes, outra fiscalização do MTE constatou irregularidades nas obras do Parque Olímpico e da Vila dos Atletas, com 464 autos de infração. Os problemas envolveram legislação trabalhista, normas de segurança e saúde dos empregados.