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Revezamento da tocha tem entusiasmo popular por onde passa

No terceiro dia pelo País, símbolo dos Jogos passeou de carro de boi, visitou Cora Coralina e andou de teleférico

Por Rafael Xavier
Atualização:

O terceiro dia do revezamento da tocha olímpica no Brasil foi marcado pela queda gradativa do entusiasmo. Após deixar Anápolis, onde pernoitou, quatro cidades de Goiás estiveram no roteiro da chama, que passeou de carro de boi, visitou Cora Coralina e esteve a quase 20 metros de altura, em Itaberaí, Cidade de Goiás, Inhumas e Goiânia. A animação vista nas cidades do interior não se replicou na capital, onde o comboio passou por manifestações variadas. Em Goiânia, a passagem da tocha virou pano de fundo para protestos. Várias pautas estiveram no caminho da chama. Desde pedidos pelo fim da corrupção, passando por reivindicações por melhorias em unidades da Universidade Estadual de Goiás e outros temas locais. O entusiasmo visto nas cidades anteriores também não foi o mesmo. No trajeto longo, de cerca de 20 quilômetros, algumas pessoas sequer sabiam que o fogo olímpico passaria por ali, e esperavam pelo ônibus, que não iria passar, por conta do bloqueio no trânsito.

A chegada na capital goiana ocorreu com 1h30 de atraso. Em um parque da cidade, ainda no início do trajeto, o público foi inflado pela presença de alunos da rede pública de ensino. No local, a tocha foi conduzida em um teleférico, com cerca de 17 metros de altura. Enquanto, o revezamento avançava, o trânsito da cidade ia se complicando, mais uma vez em decorrência da necessidade do fechamento das ruas e avenidas para a passagem do comboio. O dia da tocha começou em Itaberaí, que fica a cerca de 100 quilômetros de Goiânia, na cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, houve uma cena inusitada. Um carro de boi foi usado para levar a tocha e seu condutor, o historiador Antônio César Caldas. Na praça lotada, apesar de toda a euforia do público, os animais se comportaram exemplarmente. "Não tem perigo de eles saírem correndo", garantiu o carreiro Domingos Galvão, um dos que comandou o veículo. Na histórica Cidade de Goiás, antiga capital do estado e Patrimônio Histórico e Cultural Mundial por sua arquitetura barroca peculiar, a mega-estrutura que acompanha o revezamento da tocha ficou limitada, não pôde desfilar pelo centro histórico. A passagem pela casa onde viveu a poetiza Cora Coralina, onde hoje funciona um museu em sua homenagem, foi embalada por um conjunto de violeiros. Nas ruas de pedra, os condutores tiveram de ter cuidado redobrado, mas o entusiasmo da população local foi tão grande quanto à comitiva que ficou de fora da festa.

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