Rio-2016 descarta Búzios e banca Baía de Guanabara

Comitê dos Jogos garante que atletas não correrão riscos nas águas

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Por Marcio Dolzan
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Faltando menos de uma semana do marco de um ano do início dos Jogos do Rio-2016, a poluição das águas da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Praia de Copacabana ganhou as manchetes do mundo inteiro. Uma investigação da agência de notícias Associated Press (AP) apontou para a presença de “níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições”. A situação que mais preocupa é da baía, local das provas de vela. Em função disso, ganha força uma campanha para que essa competição mude para Búzios, na Região dos Lagos.

Além da pressão de comitês olímpicos internacionaiscomo o norte-americano, que encaminhou pedido à Federação Internacional de Vela solicitando a mudança de locala cidade de Armação de Búzios iniciou campanha para sediar a competição de vela. Na semana passada, uma carta de intenções foi encaminhada a autoridades e ao Comitê Rio-2016.

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“Búzios está pronta. Temos mais de 12 mil leitos, 250 restaurantes e o principal: águas limpas, um mar cristalino e raias conhecidas”, argumentou Thomas Weber, porta-voz da campanha, ao Estado. “Estamos muito esperançosos.”

A mudança de última hora, porém, não deve acontecer. “Não existe hipótese de as competições de vela serem transferidas para outra localidade”, garantiu, em nota, o Comitê Rio-2016. “A qualidade das águas do Rio varia de acordo com as diferentes épocas do ano. O período de melhor qualidade costuma ser o inverno, justamente na época dos Jogos.”

Segundo a AP, 150 amostras de água foram testadas para três tipos de adenovírus humano, além de rotavírus, enterovírus e coliformes fecais. As amostras apontaram níveis altos de adenovírus na Baía de Guanabara, na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Praia de Copacabana. Também apontou sinais de rotavírus, principal causa mundial de gastroenterite.

O Comitê Rio informou que sua “principal prioridade” é proteger a saúde e o bem-estar dos atletas. “Garantimos que eles não serão expostos por nós a qualquer risco de saúde”, diz o comitê. “As autoridades brasileiras vêm monitorando semanalmente a qualidade da água da Baía de Guanabara, das praias e das lagoas, de acordo com os parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).”

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Realizados pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), os testes de água foram questionados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Rio. “O Inea não reconhece para fins de balneabilidade a metodologia da Universidade de Novo Hamburgo. A universidade ou o especialista está parecendo buscar notoriedade”, rebateu, por meio de nota.

A Feevale também se posicionou. “Trata-se de um projeto em que a AP paga os custos das análises e os pesquisadores envolvidos não recebem nenhum valor para tanto. Os dados são de propriedade da AP e as análises são realizadas usando os protocolos descritos na literatura científica para esse fim.”

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