Publicidade

Temor sobre ataque ao estilo de Paris complica esquema de segurança

PUBLICIDADE

Por Felipe Corazza
Atualização:

A segurança de grandes eventos no mundo todo passou a ser dificultada, nos últimos anos, pelo padrão dos ataques inspirados pelo Estado Islâmico e pelo braço iemenita da Al-Qaeda. Diferentemente dos atentados "clássicos" – que visavam a alvos grandiosos e, em geral, concentravam-se nas áreas onde ocorriam eventos específicos –, as ações dos jihadistas têm sido cada vez mais direcionadas a locais "comuns".  Em Paris, nos ataques de novembro, os primeiros relatos pareciam indicar um atentado contra o Stade de France, onde ocorria a partida amistosa entre França e Alemanha. A presença do presidente francês, François Hollande, reforçava o temor de um atentado contra uma autoridade de alto escalão durante um evento que atraía grande atenção. Em questão de minutos, no entanto, relatos de tiros em restaurantes e de uma invasão da casa de shows Bataclan mostraram que o terror estava em locais sem qualquer traço específico que pudesse configurar um alvo "clássico".  A falta de um motivo claro para atacar este ou aquele local dificulta seriamente os trabalhos de prevenção do terrorismo. Enquanto a segurança de estádios, velódromos e outros locais tem objeto específico e, ainda que dificulte o acesso do espectador comum, pode filtrar com eficácia a entrada de indivíduos armados ou levando explosivos, guardar uma cidade inteira durante um evento de longa duração com público diverso e locais de competição pulverizados torna-se um desafio severo diante da possibilidade de um ataque aleatório a áreas "civis".  O grau de tensão relacionado à segurança em grandes eventos faz com que mesmo um ataque de pequeno porte – como o ataque a bomba no Parque Olímpico de Atlanta, em 1996 – alcancem os objetivos buscados pelos terroristas. Cumpre lembrar que o ataque ao parque nos EUA foi levado a cabo por um extremista da direita americana, contra o aborto e contra os homossexuais. Some-se esses fatores ao padrão de ataques de EI e Al-Qaeda e tem-se um problema de segurança razoável. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.