'Estou voltando por um motivo: ser campeão. É o retorno do Dragão'

Lutador brasileiro Lyoto Machida fará a luta principal do UFC São Paulo no dia 28 de outubro, no Ginásio do Ibirapuera

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Por Andreza Galdeano e Paulo Favero
Atualização:

Principal estrela do UFC São Paulo, em 28 de outubro, no ginásio do Ibirapuera, o brasileiro Lyoto Machida não vê a hora de pisar no octógono após mais de dois anos afastado. Em entrevista ao Estadão, o ex-campeão dos meio-pesados explicou que o período ausente só o deixou com mais vontade de esticar sua vitoriosa carreira. “Estou voltando por um motivo simples: para ser campeão. É o retorno do Dragão”, avisou.

Você ficou mais de dois anos afastado do octógono. Como foi esse período fora dos combates?

Aproveitei para cuidar mais de mim, dar um tempo para o meu corpo fisicamente e mentalmente. Também pude me recuperar de algumas lesões, ficar mais com a família e desenvolver outras habilidades.

Lyoto Machida, lutadordo UFC Foto: Wander Roberto/Inovafoto

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O retorno, em seu País, ajuda a superar as dificuldades?

O retorno em um evento no Brasil tem o bônus e o ônus. Acredito que o lado bom pesa muito mais, pois tenho a torcida ao meu lado, estou lutando no meu País e tenho todo suporte. Agora tem o outro lado, que nesse momento muitos familiares, amigos e fãs vão querer me encontrar na semana da luta. Então tenho de cuidar para manter o meu foco.

Chegou a imaginar que faria a luta principal do card?

Eu imaginava que o UFC estava preparando algo legal para o meu retorno, mas nada poderia ser melhor do que essa combinação de fatores. Será a luta principal em um grande evento no Brasil.

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Qual o seu objetivo agora?

Quero primeiramente fazer essa grande luta, essa volta que vai ser no dia 28 de outubro. Em seguida, trilhar o caminho para ser campeão novamente. Eu tinha tudo para parar de lutar. Fiquei dois anos afastado, tive duas derrotas, operei meu nariz, teve a suspensão pelo doping, mas eu estou voltando. E por um motivo simples: para ser campeão.

Como está a preparação para enfrentar o Derek Brunson?

Meu camp para a luta contra o Brunson está sendo muito bom, está sendo muito bem dividido. Estou tendo assistência do mestre Rafael Cordeiro na Kings MMA, meu preparador físico é o Nick Curson, o treinador de jiu-jítsu é o Rener Gracie e tem ainda o Alan Góes, que tem estado muito comigo. Também estou contando com o apoio do meu irmão Chinzo Machida e teremos Eric Albarracin, no wrestling, e o Fabrício Nunes, que está chegando para dar uma força na parte da luta em pé.

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Acha que a falta de ritmo vai atrapalhar?

Acredito que em todas as lutas pode ter algo que pode atrapalhar você. Às vezes é porque é sua estreia, às vezes porque é sua última luta. Algumas vezes o fato de estar vindo de várias vitórias seguidas ou derrotas pode atrapalhar, então sempre existe a pressão de uma forma ou de outra. Assim, se você não está focado, ou está fora do octógono por um tempo e vive a pressão de nunca mais ter competido, pode acabar atrapalhando. Mas acredito no trabalho que venho fazendo, acredito muito na minha equipe e em todo aprendizado que vem me fortalecendo a cada dia.

O que você levou de lição após receber a punição por doping? De alguma maneira achou que foi injustiçado?

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Eu tive meu aprendizado, acredito que é uma página virada e já passou. Estou em outro momento agora, momento de voltar a lutar. Então todas as energias são positivas, o meu treinamento está muito bom, formamos uma equipe unida e fortalecida. Eu tive meu aprendizado nesse período, como profissional e como pessoa.

Ser rotulado por alguns de “trapaceiro” depois do caso de doping faz com que você sinta que sempre será julgado da mesma maneira ao longo da carreira?

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Meu foco não está nos rótulos nesse momento, está em outra coisa. Como falei, tive meu aprendizado, extrai o máximo proveito dessa situação e acredito que agora não tenho de estar pensando nisso. Conheço minha índole e meu caráter, sei tudo o que eu fiz na minha carreira. Minha cabeça agora é voltar a lutar, fazer uma boa luta e mostrar o meu trabalho.

Como está a expectativa para o retorno e o reencontro com os seus fãs?

Já estive no Brasil para promover a luta e fui recebido com muito carinho. As expectativas são as melhores, eu sei muito bem o meu objetivo, que está bem traçado. Meu caminho será uma linha reta em busca do meu sonho.

O que você espera sobre esse recomeço da carreira? Já tem planos para depois da luta no UFC São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera?

Para mim essa luta é como um recomeço. Estou me sentindo bem fisicamente e cheio de disposição. Esses dois anos parado me deram ainda mais fome, mais vontade, parece que tudo está começando novamente. É o retorno do Dragão. Estou trazendo como se fosse uma estreia, aquela expectativa, aquela vontade. Então está sendo bastante positivo para mim nesse momento.

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Lyoto Machida, lutador do UFC Foto: Divulgação
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