Um mergulho na vida do menino Cassius Clay

Entrar na casa 3302 da Grand Avenue em Louisville é uma volta ao passado. A casa onde a família de Muhammad Ali viveu entre 1940 e 1960 mantém os móveis, a decoração e toda a estrutura original da época em que ele era apenas Cassius Clay, menino negro e pobre que sofria com a segregação racial nos Estados Unidos. Hoje é o Ali Childhood Museum (Museu da Infância de Ali). Restaurada com investimentos de US$ 300 mil (R$ 1,02 milhão) de uma grande imobiliária da região após permanecer caindo aos pedaços por anos e anos, a casa tornou-se local de visitação obrigatória após a morte do pugilista na semana passada.

Hoje museu, casa onde morou família de Ali recebe milhares de fãs Foto: John Sommers II| Reuters

Nesta quinta-feira, dia do funeral islâmico do ex-campeão, o entra e sai durou o dia inteiro, quase o triplo de visitantes das semanas anteriores, dizem os atendentes. A casa ao lado também foi adquirida e se transformou em uma loja de souvenirs e venda dos tíquetes para entrada – o passeio de cerca de 30 minutos custa US$ 8 (R$ 27).

A partir do estudo de imagens da época, foram reproduzidos todos os detalhes da casa simples dos anos 1950. A sala tem uma televisão com seletor de canais e até uma antena; na cozinha, uma gaiola e um regador de metal em cima da pia. No quarto de Ali, o volume “Meu livro de histórias bíblicas” fica na estante. O rosa original, do lado de fora, o único em toda a rua, também foi reproduzido. São cinco cômodos, mas o espaço fica restrito com tantos visitantes – são dez por vez.

A trajetória de Muhammad Ali

1 / 19A trajetória de Muhammad Ali

Homenagens ocorrem em várias partes do mundo

Meninos brincam que estão lutando, como homenagem a Muhammad Ali Foto: Adrees Latif/Reuters

Os móveis não são originais da época, mas réplicas perfeitas, explica o guia. É proibido filmar e fotografar dentro do local. Rahman Ali, irmão do campeão e consultor da restauração, surge no documentário apresentado no final da visita e afirma que a casa é idêntica, mas que sente falta do pai e do mãe, já falecidos.

Essa volta ao passado toma um baque na volta à rua. Algumas casas são boas, outras também precisariam de uma boa reforma. Esta é a periferia de Louisville.

Para aumentar a renda, alguns vizinhos se tornaram “parceiros” do museu e vendem camisetas por US$ 25, quase R$ 85. Eles não falam quanto recebem pela venda. Outra vizinha aproveita o movimento da rua e mostra um cartaz feito a mão em que oferece uma garrafa de água por US$ 1 ou R$ 3,40.

Tudo Sobre

Muhammad Ali

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.

Já sou Assinante

Um mergulho na vida do menino Cassius Clay

Casa onde família de Ali viveu hoje é um Museu de sua infância

Últimas: Lutas

Hebert Conceição vence por pontos em sua segunda luta como profissional

Boxeador ucraniano mantém título dos pesados após estar na guerra e chama Putin de 'fraco'

Robson Conceição vai aos EUA encerrar treino para disputa do título mundial

Após servir no exército ucraniano, Oleksandr Usyk dá revanche para Anthony Joshua

Mais lidas

Matteus fica em segundo lugar no BBB 24: saiba quanto o brother faturou no reality

Conheça estratégia capaz de reverter perda de músculos em idosos, segundo estudo da USP

‘Por que devemos te contratar?‘ Como responder a essa pergunta clássica nas entrevistas de emprego

Veja quem vai e quem já avisou que não vai poder ir ao ato de Jair Bolsonaro no dia 21 no Rio

Cratera avança sobre município no interior de SP; veja imagens