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Autódromo de Interlagos comemora 75 anos nesta terça

Em reforma, circuito coleciona histórias do automobilismo mundial

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Por Igor Ferraz
Atualização:

Na década de 1920, os primeiros projetos do engenheiro britânico Louis Romero Sanson, visando a construção do bairro de Interlagos, incluíam hotéis, represas, casas, avenidas e um circuito de corridas de que, até então, a cidade de São Paulo carecia. A intenção era fazer do local a 'cidade satélite' da capital paulista. O nome do bairro provém de sua localização - localizado entre os lagos artificiais Guarapiranga e Billings. Após três anos de obras, em 12 de maio de 1940, ou seja, há exatos 75 anos, era finalmente inaugurado o percurso que se tornaria histórico para a cidade de São Paulo, para a Fórmula 1 e para o mundo do automobilismo em geral.

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O Autódromo de Interlagos recebia sua primeira corrida: o Grande Prêmio de São Paulo. Após 25 voltas na terra batida, o piloto Arthur Nascimento Júnior terminava em primeiro lugar para um público de 15 mil pessoas, ansiosas por receber disputas internacionais no novo circuito. A partir de 1973, o local passaria a ser o palco brasileiro da maior categoria do automobilismo mundial: a Fórmula 1. Assim como foi durante boa parte de sua trajetória, o Autódromo completa seus 75 anos em reformas para continuar recebendo o GP do Brasil da modalidade, mas não se esquece de sua rica história.

A primeira corrida da categoria no local acontecera um ano antes, em 1972, mas não foi válida pelo Mundial de Pilotos ou de Construtores. A disputa foi vencida pelo argentino Carlos Reutemann, da Brabham-Ford. No ano seguinte, Emerson Fittipaldi foi o primeiro brasileiro a vencer o GP do Brasil de Fórmula 1 em Interlagos, feito que se repetiu em 1974. Já em 1975, José Carlos Pace faturou o primeiro lugar da corrida. Com Fittipaldi, protagonizou a primeira 'dobradinha' brasileira da história da Fórmula 1. Em março de 1977, José Carlos Pace falecia, vítima de um acidente aéreo e, em 1985, o Autódromo era batizado com seu nome.

Durante toda a década de 80, o circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, teve o prazer de receber o Grande Prêmio, que voltaria a São Paulo em 1990 para, desde então, nunca mais sair do calendário da Fórmula 1. Para isso, teve de ser realizada uma reforma no traçado da pista. Por sugestão do piloto Ayrton Senna, duas grandes curvas foram planejadas para ligar as duas retas do circuito. O trecho acabou batizado como 'S do Senna', como é conhecido até os dias de hoje.

Em 1991, ou seja, 16 anos após a vitória de Pace, Interlagos voltava a ter um vencedor brasileiro: o próprio Ayrton Senna, na corrida definida por ele como 'a vitória mais sacrificada' de sua carreira. Senna liderou tranquilamente a prova até a volta 65, faltando apenas 6 para a bandeirada. Porém, acabou perdendo a terceira, quarta e quinta marcha no final da prova e terminou apenas 4 segundos à frente do 2º colocado. Ayrton voltaria a vencer o Grande Prêmio em 1993, desta vez, com mais tranquilidade.

Felipe Massa, em 2006 e 2008, foi o último brasileiro a vencer a prova. A vitória de 2008, por sua vez, teve contornos épicos. Com a primeira colocação e o sexto lugar de Lewis Hamilton, Massa guiou sua Ferrari rumo ao título do Mundial de Pilotos. Porém, na última curva, o britânico ultrapassou Timo Glock, da Toyota, e conquistou o que seria, talvez, o campeonato com final mais emocionante da história da Fórmula 1. Desde então, Vettel (duas vezes), Webber (duas vezes), Button e Rosberg - este em 2014 - foram os vencedores da prova.

Atualmente, para atender às novas exigências da FIA e continuar recebendo o Mundial de Fórmula 1, o Autódromo de Interlagos vem passando por reformas. Para a edição de 2014, a pista foi inteiramente recapeada e a entrada dos boxes, assim como a área de escape do S do Senna, foram refeitas. Em 2015, Interlagos receberá a Fórmula 1 com seu paddock inteiramente remodelado. As obras estão em andamento e o custo é estimado em R$ 130 milhões.

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