Ferrari pode usar F2002 no GP Brasil

Barrichello finalmente vai testar o novo modelo da escuderia italiana ao lado de Schumacher; treino da madrugada de sábado define grid de largada para GP da Malásia.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Ferrari pode vir de carro novo para o GP do Brasil, dia 31. Tudo irá depender dos três dias de testes que a equipe fará a partir de terça-feira no Circuito da Catalunha, em Barcelona. Michael Schumacher e Rubens Barrichello vão testar o novo modelo F2002 enquanto Luca Badoer, piloto de testes, trabalhará com o carro de 2001 e ainda em uso. Sábado de madrugada, por exemplo, às duas horas (horário de Brasília), Schumacher e Barrichello, com o histórico F2001, tentarão conquistar a pole position do GP da Malásia, no circuito de Sepang. No ensaio de Barcelona, se o F2002 confirmar os excelentes resultados de velocidade e resistência obtidos na pista de Mugello, semana passada com Badoer, Schumacher e Barrichello vão disputar o GP do Brasil, dia 31, com o carro que está deixando a concorrência preocupada. "O F2002 mostrando-se 100% confiável não vejo por que não usá-lo no Brasil", afirmou nesta quinta-feira o alemão. A Ferrari tem um motivo principal para tentar levar seu novo carro para São Paulo: os 4.309 metros de Interlagos parecem ter sido projetados sob medida para a Williams. Ano passado, Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher, pilotos do time inglês, tinham, seguramente, o carro mais rápido da prova, enquanto não choveu. Por mais que Schumacher e Barrichello consigam tirar da F2001 nesta madrugada de sábado, na definição do grid da segunda etapa do Mundial, em Sepang, Jean Todt, diretor-esportivo, e Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, sabem que no GP do Brasil a história tende a ser bem diferente. "As duas próximas corridas do campeonato estão entre as melhores para nossa equipe", disse na quinta-feira Montoya. A incrível potência desenvolvida pelo motor BMW da Williams explica em boa parte a esperada vantagem dos seus pilotos no GP do Brasil. O uso da F2001 na corrida de São Paulo não garantiria, em condições normais, mais que alguns pontos para Schumacher e Barrichello, enquanto a F2002, por ser mais veloz, poderia permiti-los lutar pela vitória. Números - Os números mostram melhor o que a nova Ferrari pode fazer. Dia 6, Badoer completou 79 voltas na pista de 5.245 metros de Mugello e marcou 1min23s500. O recorde do circuito é de Barrichello, que com a F2001, versão usada na Austrália este ano, fez 1min22s139. Dia 7 Badoer completou 100 voltas e na melhor registrou 1min23s261. No dia seguinte ele bateu o recorde de Mugello, com 1min22s016 (79 voltas). Dia 9 ele ainda deu mais 90 voltas na pista toscana. Os problemas com o novo câmbio, cuja novidade é sua reduzida dimensão, evidenciados no começo da preparação, parecem resolvidos. Se confirmada a estréia do F2002 para Interlagos, será uma atração a mais na corrida. Na quinta-feira, ainda madrugada no Brasil, foram realizados os primeiros treinos livres do GP da Malásia. Para sábado, na sessão de classificação, é esperada uma reação das equipes que correm com pneus Michelin, em especial Williams e McLaren, em relação aos resultados obtidos por elas em Melbourne. Brasileiros - Os três pilotos brasileiros competem com Bridgestone: Barrichello na Ferrari, Felipe Massa, Sauber, e Enrique Bernoldi, Arrows. A Michelin trouxe um novo pneu para Sepang. O piloto de testes da Renault, o espanhol Fernando Alonso, o testou semana passada em Silverstone, Inglaterra. "Claro que lá estava 14 graus e aqui temos 34 graus", disse na quinta-feira. "Comparado com o teste que realizamos lá mesmo com o pneu antigo, o novo era um pouco mais rápido, constante e resistente." Boa parte da impressionante vantagem da Ferrari na etapa de abertura do campeonato, na Austrália, decorreu da maior eficiência dos pneus Bridgestone à pista e às condições climáticas do fim de semana, com temperatura média de 16 graus.

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