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O melhor início de Massa

Por Reginaldo Leme
Atualização:

Assim como no ano passado, Felipe Massa chega a Silverstone animado por bom resultado no GP anterior, que foi o da Áustria (pole em 2014 e pódio em 2015). Como este é o melhor início de temporada dele desde 2010, e Silverstone é um circuito veloz, mesmo sem as grandes retas de Spielberg, a chance de mais um bom resultado é razoável neste fim de semana na Inglaterra. Massa só precisa de melhor sorte do que no ano passado, quando Kimi Raikkonen não permitiu que ele completasse a segunda volta da corrida que era a 200ª dele na carreira. O finlandês saiu da pista bem ao estilo Raikkonen, não tirou o pé do acelerador até bater no guard rail e, na volta, acertou o carro do brasileiro, provocando uma interrupção de uma hora.  Na época em que corria pela Ferrari, Massa sempre teve um início de temporada ruim, reagindo só no segundo semestre. Fora a de 2010, quando somou 67 pontos nas oito primeiras etapas do ano, a atual é a melhor, com 62. Ele está cinco pontos atrás de Bottas no campeonato, mas na briga pelas posições do grid o placar favorece o brasileiro por 5 a 3. Contando com a técnica e a experiência de Massa, mais a velocidade de Bottas, a Williams, pelo segundo ano consecutivo, é a terceira força da F-1 - agora atrás da Ferrari, mas à frente da Red Bull.  Silverstone tem curvas bem velozes (sete delas acima de 250 km/h), o que exige alta pressão aerodinâmica e uma preocupação de encontrar o equilíbrio entre ajuste mecânico e ajuste aerodinâmico. Mas nem tudo é “ciência exata” na pista que marcou a abertura do primeiro Mundial, 65 anos atrás. Existem duas características marcantes para confundir os engenheiros: a primeira é o vento que às vezes bate forte na área plana do autódromo, e a segunda é a constante variação do clima, que pode mudar a temperatura de um treino para outro em até 15 graus. São raros os anos em que encontrei em Silverstone o calor do verão europeu, mas desta vez ele veio pra valer. E pra deixar os ingleses derretendo (fez 35 graus na quarta-feira em Londres).  Correndo em casa, tudo o que Hamilton quer é interromper o bom momento Rosberg que está vivendo. O alemão venceu três das últimas quatro provas e mandou nos dois treinos de ontem. Hamilton foi superado também pelas duas Ferrari. Este é um risco que a Mercedes corre. O carro da Ferrari se dá bem no calor e consome menos pneu, o que permite uma estratégia mais agressiva. Foi assim que Vettel venceu este ano na Malásia, outra corrida quente.  E pra quem ficou preocupado ao ver Massa em 10º e Bottas em 12º ontem, é bom lembrar que a Williams costuma usar a sexta-feira para fazer experiências. Eles também têm um carro que gosta de calor, embora os dois pódios da Williams tenham sido conquistados sob temperaturas amenas (Canadá e Áustria). A equipe deve brigar por posições nas primeiras filas.  O carro novo da Force India deve ajudar o veloz Nico Hulkenberg a fazer mais uma boa corrida, e a STR, como venho dizendo, tem um carro muito bom e só não está melhor no campeonato por causa da inexperiência dos pilotos Carlos Sainz e Max Verstappen, ambos estreantes. Triste é ver a Sauber de Felipe Nasr não trazer nada de novo para Silverstone.  Na briga pela pole, Hamilton está vencendo o companheiro por 7 a 1. Perdeu a briga ontem, mas costuma virar o jogo na hora decisiva. Silverstone, pela configuração que tinha nos anos 80, é dono da maior velocidade média de uma pole na história. O autor do feito é Keke Rosberg, pai de Nico, a 259,005 km/h. Na estatística recente, há um dado que deixa Rosberg preocupado - nos dois anos em que Hamilton venceu na Inglaterra (2008 e 2014), terminou como campeão.  Brasileiros. André Negrão é o único brasileiro que corre na GP2 este ano, e disputa uma das preliminares da F-1 em Silverstone. Em Moscou, o Team Brasil corre na Blancpain GT Series com uma de suas duplas - Átila Abreu e Valdeno Brito - em busca da liderança . As outras são formadas por Cacá Bueno e Sérgio Jimenez, e os irmãos Sperafico, Ricardo e Rodrigo. 

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