Enzo Fittipaldi conseguiu, aos 16 anos, o sonho que pilotos como Michel Schumacher, Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen só foram conseguir perto dos 30 anos – guiar uma Ferrari. Fazer parte do projeto da equipe italiana é uma façanha que faz o jovem brasileiro sonhar com uma carreira na Fórmula 1.
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O irmão mais novo de Pietro cumpriu em 2017 a primeira temporada na Academia Ferrari, projeto de formação de pilotos responsável por ter levado à principal categoria do automobilismo nomes como Jules Bianchi e Sérgio Perez. No próximo ano, Enzo vai conciliar os calendários da Fórmula 4 alemã e italiana, junto com a rotina de treinos típicos de quem participa de categorias de base. São horas no simulador, trabalhos de preparação física, aulas de italiano e exercícios que estimulam o raciocínio rápido e os reflexos, para auxiliar na reação às luzes da largada ou em manobras.
A tradição e o renome da escuderia italiana fazem o irmão mais novo de Pietro também sonhar com a F-1. Após se destacar em competições de kart nos EUA, a bateria de testes e a seleção entre os seis escolhidos para fazer parte do time italiano o animou a mudar de continente e fixar residência em Maranello. Enzo é fã de Ayrton Senna.
"Conviver na Ferrari é uma experiência incrível, porque você está na fábrica, presencia o cotidiano da escuderia e dos principais pilotos. Ainda vejo quase sempre os dois pilotos (Sebastian Vettel e Raikkonen), então é muito bom para o meu crescimento", diz Enzo.
Os dois irmãos, porém, dizem ter consciência que só o sobrenome não será capaz de alavancá-los na carreira. A dupla está acostumada a responder sobre a influência do avô Emerson e de outros parentes, porém prefere evitar comparações e se cobra para que os resultados na pista justifiquem a evolução na carreira, e não apenas a relação familiar.
O próprio Emerson evitou forçar os filhos e os netos a iniciarem no automobilismo. O bicampeão mundial (nos anos de 1972 e 1974) preferiu que os descendentes iniciassem a paixão por correr por conta própria. Inclusive, da família Fittipaldi, há outro representante no caminho para se tornar piloto. O filho mais novo de Emerson, Emmo, de nove anos apenas, já começou a andar de kart.
O ex-piloto acompanha à distância a carreira dos netos no automobilismo. Pietro e Enzo por pouco não viram o avô em atividade. Emerson se aposentou na Fórmula Indy em 1996, ano do nascimento do mais velho dos irmãos.
Assim como Enzo, o Brasil terá outro piloto na Academia da Ferrari no próximo ano. Gianluca Petecof, de 15 anos, acaba de ser selecionado para o projeto depois de se destacar e terminar o Mundial de Kart deste ano na sexta posição, a melhor entre os brasileiros.
Emerson em recuperação. O bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi tem conseguido pouco a pouco diminuir as dívidas milionárias que acumulou. Uma reportagem da TV Record no início do ano passado mostrou débitos próximos a R$ 27 milhões, informação contestada pelo ex-piloto.
Emerson admite ter um valor pendente a acertar com credores, porém garante que tem diminuído o que deve. Para solucionar o problema, gerado por investimentos que não deram certo, foi preciso a Justiça apreender bens e levá-los a leilão, como troféus conquistados na carreira e carros históricos, como a Penske vencedora das 500 Milhas de Indianápolis em 1989 e o Copersucar, usado na temporada 1977 da Fórmula 1 e fabricado pelo próprio Emerson.
Uma de suas últimas movimentações patrimoniais ocorreu no último mês. Um leilão arrematou cerca de R$ 10 milhões um imóvel rural em Araraquara (SP) que pertencia ao ex-piloto. O bem foi negociado em cumprimento à decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo por ações movidas por bancos.
No último GP do Brasil, em Interlagos, Emerson circulou pelo paddock e disse que está conseguindo resolver as pendências. Garantiu ter patrimônio suficiente para pagar aos credores.