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Sem Anhembi, Fórmula E cogita corrida em Interlagos e outras três capitais

Categoria de carros elétricos estuda opções para realizar corrida no Brasil e avalia cidades como Brasília, Salvador e Florianópolis

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Por Ciro Campos
Atualização:

A incerteza sobre a condição de realizar uma prova da Fórmula E nos próximos anos no Anhembi, em São Paulo, faz os organizadores pensarem em planos alternativos para levar a competição ao Brasil. O diretor executivo e criador da categoria, Alejandro Agag, disse nesta sexta-feira ao Estado em Punta del Este, no Uruguai, que avalia a possibilidade de levar a prova para Interlagos ou capitais como Salvador, Florianópolis e Brasília.

Agag confirmou que cancelou o projeto de realizar uma prova no Anhembi em 2019 pela indefinição da prefeitura de São Paulo sobre a privatização do local. A corrida chegou a constar no calendário da atual temporada, mas três meses antes, o evento foi desmarcado. Para substituir a prova, a Fórmula E fechou a realização da etapa em Punta del Este, que será disputada na tarde deste sábado.

Punta del Este já recebeu a Fórmula E em temporadas anteriores Foto: Andres Stapff/Reuters

"São Paulo é a cidade favorita para a Fórmula E no Brasil, mas a corrida pode ser realizada em outro local", disse Agag em entrevista exclusiva. O dirigente espanhol citou como possíveis destinos alternativos as cidades de Florianópolis, Brasília e Salvador, que anos atrás recebeu uma prova de rua da Stock Car. "Não há conversações no momento, mas temos a linha aberta para tratar do assunto", afirmou.

A Fórmula E utiliza carros elétricos e tem como proposta principal realizar a disputa em circuitos de rua, próximos a pontos turísticos das principais cidades do mundo. Em Punta del Este, o traçado é próximo à orla da Praia Brava e à obra de arte conhecida como "A mão de Punta del Este", tradicional parada de fotografias de quem visita a região.

Apesar da ênfase em circuitos de rua, a possível utilização de Interlagos para a categoria não está vetada. "Teriam que fazer algumas alterações para se ter um traçado diferente do usado na Fórmula 1. Eu gosto de Interlagos, tem história e está no entorno urbano da cidade. Eu não descartaria a médio e longo prazo", disse Agag. Na cidade do México, a Fórmula E utiliza o mesmo autódromo da Fórmula 1, com um circuito reduzido.

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O atual campeão da Fórmula E, o brasileiro Lucas di Grassi, participou da negociação para tentar trazer a categoria para São Paulo e lamentou o cancelamento do evento. "Eu particularmente nem gosto da realização da prova no Anhembi. Para mim, realizaria no parque do Ibirapuera. No fim, foi uma decisão da prefeitura. Foi uma perda para a cidade de São Paulo e para a Fórmula E", comentou.

A primeira opção da categoria para trazer uma prova ao Brasil foi o Rio de Janeiro. Di Grassi chegou a desenhar um projeto de circuito para a Marina da Glória. A organização da categoria até assinou contrato para realizar a prova no fim de 2014, mas a ideia recuou pela necessidade de investimentos caros nas obras.

Criada em 2012 e disputada desde 2014, a Fórmula E já teve provas na América do Sul no Uruguai, no Chile e na Argentina e tem tentado se aproximar do Brasil pelo país ser um mercado estratégico para as montadoras divulgarem os experimentos em veículos elétricos.

ANHEMBI

Procurada pelo Estado, a prefeitura de São Paulo não confirmou o cancelamento da prova na cidade no ano que vem. "A SPTuris esclarece que houve conversas no sentido de sediar uma prova da Fórmula E no complexo do Anhembi, porém não foi fechado acordo para 2018. As negociações seguem para uma eventual corrida no Anhembi em 2019", disse em nota a São Paulo Turismo. /COLABOROU FÁBIO LEITE

* O repórter viaja à convite da organização da Fórmula E

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