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Diálogo intercontinental sobre futebol, com toques de política, economia e cultura.

A mão inocente (e branca) de Figo

Champions League

Por Carles Martí (Espanha) e José Eduardo Carvalho (Brasil)
Atualização:

Barcelona-Atlético

PSG-Chelsea

Real Madrid-Borussia Dortmund

Manchester United-Bayern Munique

Europe League

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AZ Alkmaar-Benfica

Olympic Lyon-Juventus

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Basilea-Valencia

Porto-Sevilla

Carles: Tudo que o Madrid queria, a possibilidade de vingança no seu feudo, sem Lewandowski (a ida) e contra um dos dois adversários menos temido. E enquanto isso, um duelo fratricida (bom, entre primos, digamos), um perigo para ambos, de grande desgaste emocional e físico - a força contra o tiqui-taca (ou o que resta dele). Essa é a mão "inocente" de Figo...

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Edu: Se você está dizendo com tanta autoridade, quem sou eu para contestar? Vai ver Luis Figo é mesmo uma versão lusitana e remasterizada de Harry Houdini e fez com as bolinhas da Uefa o mesmo que o ilusionista húngaro fazia com cadeados, correntes e algemas. Tal seria se não tivéssemos uma choradeira do Barça.

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Carles: Esse Barça-Atlético no dia 1º de Abril só pode ser uma brincadeira de mau gosto do Figo que parecia disposto a fazer logo o trabalho mais complicado e de saída, tirou as bolinhas de Barça, Atletico e Real Madrid ... Como sempre, os brilhantes jornalistas do centro da península, ávidos de fazer o sangue blaugrana escorrer durante as entrevistas coletivas, atiçaram o Cholo lembrando-lhe que o Barça este ano não foi capaz de ganhar do Atlético e o argentino não perdeu a oportunidade: "Nem nós a eles".

Edu: Mas você há de concordar que Cholo Simeone encontrou um jeito eficiente de neutralizar o Barça. E, para a Champions, esse duelo será dos mais interessantes, porque pode ser um renascimento para ambos, dependendo do que acontecer na Liga da Estrelas neste domingo. No outro jogo é preciso estar atento a um detalhe: se o Real Madrid não aproveitar o Bernabéu para dar um sacode no Dortmund e sentenciar o mata-mata, pode correr alguns riscos no jogo de volta, com Lewandowski de suspensão cumprida, o mesmo que no ano passado fez um esparramo nessa defesa branca, então com Diego Lopez em lugar de Casillas.

Carles: Bom, este Dortmund não é nem sombra daquele e já não parece tão complicado enfrentar a grande muralha amarela. Mas, sejamos justos, Figo demonstrou que é amigo dos seus amigos, seja de qual bando eles foreme isso inclui a Guardiola com quem o português mantém uma saudável relação desde que foram companheiros no Camp Nou. Ele não se esqueceu do presente de Pep: Manchester United, o que todos queriam (quem diria?). Não deixa de ser a chance de outra vingança, esta para os alemães, daquela virada que tomaram em 1999 justamente no Camp Nou, com os dois gols ingleses depois do minuto 90 de jogo, o que os deixou os bávaros sem rumo.

Edu: Vingança contra cachorro morto não vale. Convenhamos, esse confronto é pouco mais que uma piada na atual circunstância. Será o jogo de um time concretíssimo e candidatíssimo ao título, a grande sensação do momento, contra uma bela história, não mais que isso. Podemos até amarrar uma aposta sobre de quanto serão as duas goleadas.

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Carles: Nessa estamos de acordo até a raiz. E, por fim, a prova de que polos iguais se atraem, uma eliminatória com os dois ossos duros de roer. Ambos foram chegando pelas beiradas, sem tanto alarde e podem fazer um estrago em qualquer um dos outros quarto-finalistas: PSG-Chelsea, com a volta em Stamford Bridge. Não vai ser fácil para Blanc, apesar da fase. Eu aviso: "Corra Laurent, é uma emboscada!!!!!"

Edu: Esse, sim, será um confronto com corpo e alma de Champions, e entre dois times com algumas semelhanças quanto a orçamentos, sistemas e quantidades de craques. Mesmo assim, a força de ataque do PSG com seus cracaços é um fator de desequilíbrio, ainda mais depois de o time ter mostrado uma melhora muito grande no setor de armação. Hoje, é um conjunto tão compacto quanto o Chelsea, que tem a desvantagem de disputar simultaneamente uma guerra na Premier, enquanto o PSG já liquidou praticamente a Ligue 1.

Carles: Tudo isso em realidade é pura teoria, especulação. São quatro cruzamentos com ida e volta envolvendo oito plantéis de alto quilate no mercado. La crème de la crème.

Edu: As quartas da Champions terão ao menos 82 craques que estarão na Copa do Mundo (já descontando as presenças duvidosas, como Torres, Rafinha, Lucas), sendo que 23 deles nesse confronto entre Londres e Paris, entre os quais vários reservas em seus times. No total, serão 22 brasileiros envolvidos em todos os jogos das quartas de final (contanto os três binacionais, Diego Costa, Thiago Alcântara e Thiago Motta).

Carles: E de quebra, a versão caçula da Champions, a Europe League. Para os espanhóis, sorte muito diferente no sorteio: enquanto o Sevilla, depois de uma verdadeira final de Copa do Mundo contra o vizinho, o Betis, pega o Porto, candidato a tudo neste campeonato, mais á altura das suas pretensões deste ano. E o Valencia pega aparentemente um dos rivais mais fáceis, mas o Basel tem sido uma pedra na sapato de alguns gigantes, nos últimos anos. Não que os de Pizzi sejam um gigante, nem muito menos, mas melhoraram a olhos vistos desde a chegada do argentino e parece que pelo menos, agora descobriram a que jogam.

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Edu: Esse Basel perdeu alguns valores do ano passado, mas é um adversário bem encardido e que joga do mesmo jeito em casa e fora. Quanto ao Sevilha, vi a batalha contra o Betis e não vejo muita chance contra os portugueses, apesar do grande Ivan Rakiti?, adversário do Brasil na abertura da Copa.

Carles: Foi muito engraçado ouvir as entrevistas do goleiro português Beto e do croata Rakiti? durante as comemorações, ambos com um carregado sotaque andaluz. E tem ainda um enfrentamento, a primeira vista, com pinta de final até mesmo da Champions: Lyon-Juve.

Edu: Me desculpem os esforçados espanhóis e também os bravos Porto e Lyon, mas tenho a impressão de que a Europa League já tem dono, a estas alturas: veste camisa em branco e preto e fala italiano. Seria um pequeno consolo para o país de tantas glórias na Champions, mas que neste ano foi um sopro diante dos grandes rivais do continente.

Carles: Principalmente se houver alguma falta a favor desse time italiano perto da área adversária.