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Diálogo intercontinental sobre futebol, com toques de política, economia e cultura.

Um pouco de Messi basta para rifar o bicho-papão

Por Carles Martí (Espanha) e José Eduardo Carvalho (Brasil)
Atualização:

 

Carles: Um Barça-City no Camp Nou e de igual para igual, poderíamos dizer? Bom, o Barça tinha Messi...

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Edu: Messi, quando quer, põe o time ligado no 220. Mas não era um jogo fácil, não foi um jogo fácil, o que valoriza o Barça, porque eliminou o melhor time inglês do momento e o bicho-papão que todo mundo queria evitar. Esse mérito está claríssimo. E achei que Tata foi inteligente colocando Neymar na direita, porque Kolarov, além de péssimo marcador, ataca muito. E também para abrir espaços para Messi, o que aconteceu uma meia dúzia de vezes. Mesmo assim o lateral do City deu trabalho, junto com Milner, em cima da indolência de Dani Alves.

Carles: Principalmente no primeiro tempo foi isso mesmo, a maioria das jogadas partiu da direita com Neymar, que fez muito bons 45 minutos, com soltura, inteligência e sem ansiedade de recuperar o tempo perdido. Do outro lado, um grande Silva que só não é titular na cabeça de Del Bosque.

Edu: Pellegrini pisou na bola e desperdiçou esse primeiro tempo. Não é possível perder a chance de enfrentar o Barça com um bom cabeceador - e ele deixou os dois no banco (Dzeko e Negredo). Daí, que faltou profundidade. SIlva, ótimo, levantava a cabeça e não tinha a quem buscar, porque Agüero, claramente, se escondeu. Esse, sim, não quis botar o pezinho. E no segundo tempo, quando o City reagiu, Silva é substituído. Vai entender...

Carles: Entendo (não justifico) que Pellegrini não quis perder a posse de bola, o fator que pendeu a balança (na teoria e na prática) durante a maioria do jogo, com leve vantagem para o Barça e nos primeiros 20 minutos do segundo tempo, para o time inglês. Realmente Agüero foi uma escolha equivocada, mas nem tanto pelo jogo aéreo, que também, mas porque o genríssimo normalmente desaparece durante 88 minutos, aparece dois e marca, mas para isso precisa uma defesa adiantada. E no caso de hoje, com o forte combate entre os meios de campo nenhum dos dois times atreveu-se a adiantar demasiado as linhas. Além disso, Agüero ainda está muito abaixo da sua melhor forma física e técnica.

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Edu: Pareceu claro que a dificuldade de Agüero não foi tática, foi uma questão de desempenho individual mesmo, ou físico. Ele vem de três lesões seguidas e já tinha mostrado essa falta de empenho no jogo do fim de semana, quando o City foi eliminado da FA Cup pelo modestíssimo Wigan. Bom, o certo é que em dois lances pelo alto Dzeko obrigou um milagre de Valdés e deu o gol para o Kompany, o que prova como se equivocou Pellegrini. Mas, enfim, em um duelo bastante equilibrado nos dois jogos, o Barça soube se impor, fez uma média razoável entre o jogo de Manchester e o de hoje. E nem os erros do árbitro servem de justificativa ao City, porque houve aquele gol legítimo de Neymar no primeiro tempo e um pênalti em Messi, tão claro quanto o de Piqué em Dzeko. Esse francês, Stéphane Lannoy, é um desastre completo e já faz tempo. Só ele mesmo para conseguir expulsar o santo Kaká em uma Copa do Mundo.

Carles: Lamentável arbitragem, que desagradou a todo mundo, errou em faltas fundamentais perto e dentro das áreas e outras, menos. Afinal, a eliminatória teoricamente mais disputada, acabou com um resultado até esperado e no Barça a notícia mais surpreendente foi que Neymar, Messi, Xavi e Iniesta viraram personagens dos Simpsons como parte da homenagem dos "amarelinhos" à Copa no Brasil que inclui ainda, um episódio chamado justamente "You Don't Have to Live Like a Referee" ou "Você não precisa viver como um árbitro".

Edu: O vegetariano Matt Groening adora levar os ídolos da vida real para conviver com suas figuras. Uma honra para Neymar. No outro jogo da noite, como prevíamos, o mistão do PSG levou os alemães da aspirina em banho-maria. Por enquanto, três gigantes nas quartas e o Atlético pedindo licença ao City.

Carles: Por enquanto sem demasiadas zebras, se considerarmos que um dos desclassificados, Wenger, já previu há meses que esse Atlético era então o time mais perigoso da Europa e que chegaria longe. Essa normalidade deve seguir com a classificação de Madrid, Chelsea, Borussia e a última chance do Manchester nesta temporada. Será que Michel e os seus chegaram ao seu limite ou vão fazer companhia aos colchoneros entre os graúdos?

Edu: É a pergunta que não quer calar da semana. Seria interessante o United passar só pelo fato de que faria das quartas de final da Champions praticamente uma superliga europeia, sem os italianos. Mas seria um castigo exagerado para os gregos de Michel, além de um prêmio injusto para esse Manchester sem nenhuma graça.

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Carles: A resposta fica para a próxima semana.

 

 

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