Seria incorreto dizer que Alemanha e Suécia fizeram o melhor jogo da Copa do Mundo da Rússia quando não se assistiu a todas as partidas realizadas até agora. Por isso, o blog vai definir a partida da noite deste sábado em Sochi como "marcante''. Foi um jogaço, em que a persistência do melhor time acabou recompensada, mas a aplicação do outro fez soar como injustiça o placar final, definido aos 49 minutos do segundo tempo.
Campeã do mundo, a Alemanha, com vários jogadores que não estiveram na campanha de 2014, portou-se como tal. Se não tecnicamente, pois em alguns momentos seus jogadores, afetados pelo nervosismo (sim, eles também ficam nervosos), erraram lances fáceis, na disciplina tática.
A Alemanha encontrou pela frente um adversário que deve tê-la surpreendido pelo comportamento do primeiro tempo. A Suécia entrou fechadinha, com duas linhas quatro bem próximas uma da outra. Às vezes, a primeira linha era de cinco. Como penetrar em uma defesa assim? A Alemanha optou pelos lados do campo e criou chances. Parecia que o gol era questão de tempo.
Então a Suécia surpreendeu. Saiu de trás, embora sem renunciar aos cuidados defensivos. Atacava com pouca gente, mas atacava. Com isso, equilibrou a partida, saiu na frente graças a uma falha de Toni Kroos na saída de bola e depois poderia até ter ampliado em contra-ataques. A Alemanha terminou a primeira etapa com 73% de posse de bola. Uma posse infrutífera.
Joachim Low tornou sua equipe ainda mais ofensiva na etapa final e a Suécia se encolheu. Talvez pudesse sair um pouco, como no primeiro tempo. Provavelmente até quis, mas não conseguiu. A Alemanha empurrou os suecos para seu campo de defesa, trocava boa, tentava penetrar pelos lados, pelo meio, com infiltrações na área. Virou ataque contra defesa.
Mas o segundo gol não saía e, justiça seja feita, a Suécia se defendia bem para quem estava sendo bombardeada. Até que uma falta boba na lateral da área e uma falha incrível de posicionamento da barreira permitiu que a Alemanha continuasse viva na Copa.
O mérito alemão foi não desistir nunca. Mas também não perder o controle emocional. Nervosos os jogadores ficaram. Reclamar do juiz, reclamaram. Mas não se deixaram desestabilizar, nem desestabilizaram o companheiro, diante a dificuldade e da contrariedade.
Esse comportamento, essa frieza no inferno, pode fazer diferença em momentos mais decisivos do que o jogo com a Suécia. E, pelo jeito, eles virão, pois a torcida para que a Alemanha volte para a casa ao fim da primeira fase, parece, será em vão.