Foto do(a) blog

Futebol dentro e fora do campo

Opinião|Copa de 2026 nos EUA? Com Trump vai ser difícil

O comportamento de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos está sendo observado com atenção especial também num luxuoso e o moderno prédio de Zurique. O interesse se explica: Trump pode fazer mal para os negócios. Sobretudo para o melhor negócio gerido pela turma que ocupa o tal prédio, a Copa do Mundo.

PUBLICIDADE

Foto do author Almir Leite
Atualização:

A Fifa vai escolher em 2019 a sede do Mundial de 2026, o primeiro com 48 seleções, e os Estados Unidos são candidatos. Muitos os consideravam até favoritos. Até meses atrás. Mas agora, com Trump querendo murar a fronteira do México, atacando muçulmanos e disposto a arranjar um briga feia por dia com alguma parte do mundo, a possibilidade de a Copa nos Estados Unidos ir por água abaixo é considerável.

PUBLICIDADE

Trump, aliás, já havia dado sinal de que não quer saber de um grande evento de futebol no seu país em junho passado, durante a Copa América Centenário, que os EUA organizaram -- o objetivo da Federação Local com a competição foi começar a pavimentar a caminho para 2026.

Mas o à época candidato, ao saber dos planos, disse em alto e bom som que não via sentido no país organizar um Mundial de um esporte que não agrada aos americanos e que só tem público nos EUA por causa dos latinos. Ou seja, deu indícios de que não vai avalizar uma Copa do Mundo em seu território.

E a ideia de fazer uma competição conjunta com México, e até o Canadá, que tem muitos adeptos (principalmente depois do inchaço promovido por Gianni Infantino), causa brotoejas em Trump.Do México ele não quer nem a tequila.

A Federação Americana continua sua cruzada, e fala até em organizar outra Copa América, em 2020, como estratégia de atingir o objetivo final. Os dirigentes acreditam que fazer outro Mundial por lá consolidaria o futebol no país.

Publicidade

Mas uma Copa do Mundo precisa de muito mais apoio governamental do que uma Copa América. E, apesar do poderio privado existente nos Estados Unidos, a Fifa ainda reluta em abrir mão do aval oficial.Quem se acostuma com o leite das tetas governamentais demora a desmamar.

Por isso, e pelo fato de que a escolha acontecerá ainda durante o mandato de Trump - e tem gente nos EUA que gostaria até de antecipá-la para 2018 -, nos corredores da Fifa já há quem trabalhe com a hipótese de que a Copa de 2026 não deverá passar nem perto da terra do Tio Sam.

É esperar para ver.

 

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.