É compreensível que o Corinthians tenha optado por dar mais importância ao Campeonato Paulista do que à Copa Sul-Americana.
Pode-se dizer até mesmo que foi um opção sensata.
A classificação no torneio continental já estava virtualmente perdida após apenas três rodadas - por culpa única e exclusiva do time - e no Estadual a equipe ainda está na briga.
Pode até brigar pelo título, embora a fraqueza do elenco não recomende jogar muitas fichas nessa possibilidade.
Mas nada disso justifica a humilhação sofrida em Montevidéu.
O Corinthians caiu de quatro diante do Peñarol, um time razoável e nada mais que isso, e a surra ainda poderia ter sido maior.
Bem maior.
E não foi mero acidente de percurso, como definiu o técnico Vagner Mancini.
O Corinthians foi goleado porque foi mal escalado. Estava cheio de jogadores que não estão bem - e mesmo quando estão não são craques -, com a desculpa de preservação dos considerados titulares para a semifinal do Paulista.
Vários deles perderam espaço recentemente justamente porque não estavam jogando nada.
Sem contar que colocar o Mandaca, em seu segundo jogo como profissional, numa fogueira como a de Montevidéu, além de imprudência, beira à covardia.
O Corinthians foi presa fácil porque faltou mesclar o time com jogadores que estão rendendo mais.
E porque a proposta de jogo foi equivocado. O time, com dois zagueiros depois de algumas partidas jogando com três (não os que atuaram no Uruguai, claro), mostrou-se muito vulnerável. Nada fez.
Por isso, apanhou feio.
O que pode vir a custar caro para Mancini, até pelo decboche de dizer que o time jogou bem nos últimos 15 minutos, pois o jogo já estava decidido.
Até porque, tivesse o Corinthians jogado bem nos PRIMEIROS 15 minutos, o Peñarol não teria feio 2 a 0 sem precisar forçar.
Mancini tem, no geral, feito trabalho razoável.
Mas escorregões desse tipo podem encurtar sua trajetória no Corinthians.
Depois da humilhação no Uruguai, se o time cair na semifinal do Paulista é bem provável que ele "volte ao mercado".
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