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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|Dívidas dos clubes: prevaleceu o bom senso

A presidente Dilma Rousseff fez o que dela se esperava: vetou o malfadado e contrabandeado artigo 141 da Medida Provisória 656/2014,

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Atualização:

que abriria brecha para os clubes brasileiros, mais uma vez, parcelarem suas dívidas com órgãos federais, agora com generosos

descontos nos juros (30%) e nas multas (70%). E sem nenhuma contrapartida que os obrigassem a cumprir o compromisso.

O veto é derrota da CBF, que trabalhou para que o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), conselheiro do Atlético-GO e membro da

bancada da bola na Câmara, incluísse tal artigo numa MP originalmente destinada a facilitar a importação de material usado

na agropecuária, os aerogeradores.

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E também da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), que chegou a mandar ofício à Casa Civil pedindo a aprovação do tal artigo.

Por outro lado, é vitória dos poucos clubes que não queriam o livramento da contrapartida - Inter, Vitória, Coritiba e Flamengo -

e principalmente do Bom Senso, afinadíssimo com o Planalto nas discussões sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que a

manobra de Arantes quis torpedear.

Dilma, aliás, citou as discussões que estão sendo realizadas a mesescomo um dos motivos do veto (leia abaixo). Agiu com bom senso.

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Afinal, tentar dar um golpe e minar um acordo que vem sendo discutido exaustivamente - e que está bem perto do desfecho - é no

mínimo falta de respeito. Para não dizer outras coisas.

Abaixo, os motivos do veto ao artigo 141, de acordo com o Diário Oficial

Razões do veto

"O Governo vem discutindo há meses com representantes de

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clubes, atletas, entidades de administração do desporto e com

próprio Congresso Nacional a construção de uma proposta conjunta

que estimule a modernização do futebol brasileiro. O texto

aprovado não respeita este processo e prevê apenas refinanciamento

de débitos federais, deixando de lado medidas indispensáveis

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que assegurem a responsabilidade fiscal dos clubes e entidades,

a transparência e o aprimoramento de sua gestão, bem

como a efetividade dos direitos dos atletas. O Governo retomará

imediatamente o processo de diálogo, com o objetivo de consolidar,

no curto prazo, uma alternativa que promova de forma

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integral a modernização do futebol brasileiro."

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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