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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|Grêmio de Renato Gaúcho para no tempo e hoje vive de bazófia

Há tempos que time é previsível, sem imaginação e cria pouco em campo, apesar da presunção de seu (bom) treinador

Foto do author Almir Leite
Atualização:

Renato Portaluppi, como preferem os gaúchos, ou Renato Gaúcho, como ficou conhecido em todo o Brasil, é um excelente treinador.

E ao longo da carreira fez algo natural em qualquer profissão, mas que, no Brasil, muitos técnicos relutam em fazer: reviu conceitos, percebeu as mudanças tanto dentro como fora do campo, abandonou a maneira quase brincalhona de ver a função que tinha no início, aprendeu, usando seu próprio exemplo dos tempos de jogador, como tirar o melhor dos atletas...

Em resumo, evoluiu.

Renato Gaúcho sonha com o Flamengo e por isso acabou com o sonho do Corinthians Foto: Estadão

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Essa evolução o levou a ser o técnico de time grande mais longevo no Brasil - claro que o fato de ser adorado pelos gremistas desde os tempos de ponta-direita também ajudou.

Longevidade merecida, pois, nestes quase cinco anos, além de ganhar títulos, lapidou vários jogadores e recuperou tantos outros.

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Só que é chegada a hora de Renato dar prosseguimento à sua evolução. Mudar algo. A fórmula usada atualmente no Grêmio está esgotada.

Há muito tempo o Grêmio não joga mais o melhor futebol do Brasil, como Renato vive a apregoar.  Ao contrário, tem apresentado um futebol bem ruinzinho.

Há quanto tempo não temos uma partida do Grêmio prazerosa de se assistir?

Nesta temporada, que oficialmente no Brasil se encerra no próximo domingo, 7 de março, quase não se viu.

O time é pobre de imaginação, só consegue realizar algo quando o adversário oferece espaço. Não apresenta mais aquele misto de jogadas trianguladas, com movimentação constante que iludia a marcação, e lances em velocidade pela extrema, difíceis de parar.

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O Grêmio de hoje tem um meio de campo pouco criativo, um meia que em vez de armar joga lá atrás, praticamente junto dos dois volantes - um posicionamento que obriga Mateuzinho a de desdobrar - laterais que pouco produzem ofensivamente, um centroavante  que passa o jogo todo se "matando'', pois as bolas a ele, quando chegam, estão sempre em disputa.

Pode o Grêmio se recuperar, vencer o segundo jogo com o Palmeiras, mesmo em São Paulo, e ganhar a Copa do Brasil?

Pode, claro que pode.

Mas, se isso acontecer, terá sido mais uma lição de superação do que uma reviravolta calcada numa mudança de estratégia, numa supresa causada por novo posicionamento tático.

Porque o Grêmio de Renato Gaúcho, hoje, não mostra nada demais. Parou no tempo.  Precisa, seja vice ou campeão, arejar rapidamente suas ideias de jogo.

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Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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