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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|Líder da quadrilha que manipulava resultados fez acordo de delação premiada

Depoimento de Anderson da Silva Rodrigues ocorreu na segunda-feira, em São Paulo

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Atualização:

Anderson da Silva Rodrigues, chefe do esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, no âmbito da Operação Game Over. Ele prestou depoimento na última segunda-feira e deu detalhes sobre o funcionamento do esquema, desbaratado no primeiro semestre do ano passado.

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A Operação Game Over investiga manipulação ocorrida em jogos de divisões menores do Campeonato Paulista (Séries A2 e A3) e em Estaduais no Norte e Nordeste do País. Competições no Ceará e no Rio Grande do Sul foram afetadas, assim como em Mato Grosso.

Anderson é um dos nove brasileiros envolvidos inicialmente na tramoia, entre ex-jogadores, treinadores, dirigentes e empresários. Todos estiveram a prisão decretada, mas ele e outro acusado, Thiago Coutinho, estão foragidos.

No acordo de delação, o advogado de Anderson negociou para que ele permaneça em liberdade durante o processo.

Dos outros sete envolvidos que chegaram a ser presos, todos estão respondendo em liberdade.

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Em seu depoimento, no fórum criminal da Barra Funda, Anderson Rodrigues confirmou vários fatos constatados pela polícia durante as investigações, nomes, jogos manipulados, valores pagos. Confirmou que o esquema atuava para a máfia instalada na Malásia, China e Indonésia. Suas informações reforçam as provas contra os envolvidos.

Anderson também teria dado pistas que podem levar a constatação de manipulação em outros jogos, além dos já investigados.

A delação já foi enviada ao juiz responsável pelo caso, a quem caberá homologá-la ou não. Não há prazo para esta decisão. Se aceita, representará redução de pena para Anderson.

Ex-jogador, com longa passagem pelo futebol da Indonésia, Anderson, de 42 anos, era o mais importante operador do esquema no País. O subchefe era Márcio Souza da Silva, que foi o primeiro a fazer delação premiada, no ano passado, em acordo com a Polícia Civil.

Existe pedido de prisão expedido contra dois malaios,  Jawhir Bin Saliman e Zulfika Bin Mohd Sultan, cabeças do esquema em nível internacional. São procurados pela Interpol.

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Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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