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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|No São Paulo, a diretoria joga contra

É patético o comportamento da diretoria do São Paulo na busca por um treinador para o time. Muricy Ramalho já saiu faz tempo, e até agora nada. Mas o pior não é o time estar sem treinador e sim a maneira como o assunto é tratado.

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Atualização:

Recentemente, o diretor Athaide Gil Guerreiro, disse que os quatro treinadores procurados "aceitaram'' treinar o São Paulo. O presidente Carlos Miguel Aidar fez coro. Só não explicaram, de forma convincente, porque então a equipe ainda não tem novo comandante, se quatro aceitaram.

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Usou-se o argumento de que um dos que disseram sim, Alejandro Sabella, dá preferência ao Manchester City e só virá para o São Paulo se não der certo a negociação com o futebol inglês. O técnico da seleção argentina ganhou até prazo para decidir. Prazo que não cumpriu.

No entanto, basta fazer contato com algum jornalista inglês, como este blogueiro fez, para confirmar o que muitos já desconfiam: os dirigentes do City falam, bastante, em demitir o chileno Manuel Pelegrini, mas fala-se pouco em contratar Sabella.

Pode até acontecer, mas não parece ser uma hipótese tão forte assim no momento.

Mas Sabella faz o São Paulo esperar.

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Até aí, tudo bem, pois um profissional tem o direito de escolher aquele que acredita ser o melhor caminho para ele.

O que não dá para engolir é a empáfia da cartolagem tricolor.

Está na cara que nenhum dos técnicos procurados - Abel Braga, Vanderlei Luxemburgo e Jorge Sampaoli - não são daqueles que ficam esperando um outro dizer não para aceitar correndo o lugar vago. Não aceitam ser segunda opção. Vale lembrar que no fim do ano passado Abel mandou a diretoria do Inter às favas ao perceber quenegociava como outro treinador e levava em banho-maria sua renovação - que só seria efetivada se o preferido dissesse não.

Aceitar conversar, que foi o que os treinadores fizeram, é diferente de aceitar assinar contrato. E enquanto a diretoria do São Paulo insistir em viver fora da realidade, o time - que aliás só é de primeiro nível nas mesas de futebol de botão - vai sofrer em campo.Como, aliás, vem sofrendo.

OUTRA BOLA FORA

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Carlos Miguel Aidar foi considerado um dirigente de vanguarda em 1987, quando foi um dos líderes da rebelião dos clubes que resultou na Copa União - o Campeonato Brasileiro daquele ano -, e quase deu na criação de uma liga. O tempo passou e hoje Aidar, infelizmente, dá mostras de ter ficado parado.

Sua última brilhante aparição foi para pressionar o juiz que apitará São Paulo x Corinthians na noite desta quarta. Posou de dirigente que teme ver seu time prejudicado e age para evitar que isso aconteça. Balela. A mim me parece que ele não confia no time que montou (e quem confia?) e já está arranjando uma desculpa  para o caso de uma eliminação. Não é coisa de time grande.

 

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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