Ednaldo Rodrigues assumiu efetivamente a presidência da CBF para quatro anos de mandato em 23 de março. Neste pouco mais de um mês, várias gavetas que estavam ocupadas havia anos, e até décadas, na sede da entidade foram esvaziadas. O dirigente está fazendo uma mudança total nas "estâncias administrativas".
Os objetivos desse baiano de Vitória da Conquista com a limpeza são vários, e claros. Quer, acima de tudo, desvincular a CBF das marcas deixadas pelos últimos presidentes, desde Ricardo Teixeira e passando por José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo.
Ednaldo esteve ao lado deles quase sempre, mas agora que chegou ao poder até pela deterioração de seus antecessores - sobretudo o último -, pretende imprimir sua marca, tirar o cheiro ruim deixado na CBF pelaa turmas anteriores. Enfim, oxigenar a entidade que comanda o futebol brasileiro.
As demissões de vários diretores de área profundamente ligados às administrações anteriores passa por isso. A troca o comando da arbitragem e o bilhete azul dado a nove pessoas com cargos e funções importantes no setor também.
Outras mudanças estão por vir. A embalagem está mudando; a casca, sendo tirada.
Resta saber como ficará o recheio. Ainda é cedo para conclusões e comemorações, mas o que tem ocorrido na arbitragem pode ser um indicativo. Sob o comando de Wilson Seneme, o VAR está interferindo bem menos nas decisões tomadas em campo - para desespero dos muitos árbitros sem personalidade que deixavam a tarefa de apitar o jogo para o árbitro de vídeo.
Tomará que essa oxigenação não só se consolide na arbitragem como nas outras áreas. Que, como prometeu Ednaldo Rodrigues em seu discurso de posse, a CBF venda avião, helicóptero e dedique seu dinheiro - em 2021 faturamento beirou 1 bilhão de reais (971 milhões) e o lucro foi de 69 milhões - e invista mais em estádios, gramados, clubes menores. Enfim, na infraestrutura do futebol.
Mas que ficar com o pé atrás é sinal de prudência, isso é!