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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|'Novo futebol' estreia neste sábado na Alemanha. Como será?

Em tempos de protocolo por causa do novo coronavírus, a dinâmica do jogo pode mudar, e muito

Foto do author Almir Leite
Atualização:

O Campeonato da Coreia do Sul já recomeçou. O de países como Bielo-Rússia e Nicaragua nem pararam. Mas, com todo respeito a esse esforçado pessoal, quando se fala em futebol de nível, a régua tem de ser colocada em altura muito maior. Assim, não é exagero considerar que o futebol será retomado efetivamente neste sábado, na Alemanha.  Sob grande expectativa, pelos mais variados motivos.

A maior delas é sobre o funcionamento do intenso e cuidadoso protocolo estabelecido para garantir a saúde de jogadores e demais envolvidos com uma partida de futebol.  Mesmo porque o protocolo pode servir de balizamento para outros países, igualmente ávidos pela volta das competições, que vão observar o que acontece na Alemanha para introduzir, adaptar ou retirar  dos manuais que estão produzindo.

Borussia Dortmund se prepara para voltar ao futebol no dia 16 de maio Foto: Friedemann Vogel/EFE

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Há, porém, um outro aspecto que cria espectativa e curiosidade nesta retomada do Alemão. Como será o futebol dos tempos de pandemia? Será um novo futebol?

Este blogueiro admite que neste sábado às 10h30 de Brasília grudará seus olhos na transmissão de Borussia Dortmund x Schalke, de preferência sem piscar.  A curiosidade é sob vários aspectos, várias interrogações.

Manterá o "novo futebol'' a intensidade que caracteriza há décadas o futebol alemão?

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A marcação seguirá tão forte como antes num momento em que a proximidade e o contato são desaconselháveis? (Mesmo com a segurança de que só jogadores testados negativamente para o coronavírus poderão entrar em campo, é natural que muitos atletas sintam receio e desconfiança.)

Como será a comemoração de gols? E o "melê na área", aquele empurra-empurra na briga por espaço em cobranças de faltas e escanteios, será intenso?

E qual a interferência que o jogo sem torcida em um campeonato que está acostumado com estádios cheios (a média na temporada 2018/2019 foi de mais de 42 mil pessoas por jogo) terá no ânimo dos atletas em campo?

O juiz seguirá de perto os lances ou manterá distância "prudente"?

Há vários outros aspectos sobre a parte técnica do jogo - e até tática, com a possibilidade de cinco alterações, embora esta seja uma mudança temporária a princípio - que podem mudar nessa nova realidade.

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Se isso realmente acontecer, o futebol ficará diferente. Melhor? Pior?  Talvez não seja esta a questão, até porque, seja como for, o futebol não deixará de ser o esporte dos esportes.

 

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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