No limite, deve-se aceitá-los somente depois de provado e comprovado por A + B que realmente foram necessários - e inevitáveis. Até porque vai ser dos cofres públicos, ou seja, do nosso bolsinho, que sairá esse "dinheirão a mais''.
Nem por isso, no entanto, deve-se engolir a Fifa posando de boa samaritana quando alguém alerta que a conta de algum equipamento vai crescer.
É o caso, por exemplo, da Arena Pernambuco, como publicamos na edição de 26 de setembro do Estadão. A obra era para dezembro de 2013, terá de ser entregue em fevereiro para ser incluída na Copa das Confederações e, com isso, o ritmo e a logística dos trabalhos tiveram de ser mudados, impactando, segundo os envolvidos, o custo.
E olha que R$ 532 milhões, preço estipulado inicialmente para a obra, é uma grana considerável. Por menos do que isso já foram feitas várias arenas ultramodernas mundo afora.
É um alerta para o Ministério Público, que já avisou que ficará de olhos bem arregalados.
E, quando a fatura por apresentada, espero que a Secopa pernambucana realmente faça uma auditoria profunda para ver se os números estão mesmo certos, como prometeu.
Bem, mas voltando à Fifa. Um membro do Comitê da Copa da Entidade, o interminável paraguaio Nicolas Leóz, diz não ver razão para aumento de custos. Sua alegação: preço de tijolo e de ladrilho não sobe.
É um argumento, ao meu ver, pueril. Até porque, cotação de tijolo e ladrinho à parte, podem apostar que não vão ser tais itens que serão apresentados como motivo para o 'engordamento' da conta.
Leóz poderia, uma vez que está envolvido na organização e fiscalização da Copa, dar argumentos mais sólidos. Faria bem para o Brasil e para a Fifa.
Mas não o fez por um simples motivo: não está nem aí se o valor da Arena Pernambuco, e das outras, vai subir ou não.
Ele quis apenas aproveitar a chance para dar uma de bonzinho em nome da Fifa. E desses santinhos do pau oco, como diria minha saudosa avó, devemos manter distância.