Tudo leva a crer que Palmeiras e Corinthians vão decidir mais uma vez o Campeonato Paulista. Para a competição, afetada pelas atribulações que todos conhecemos, o dérbi entre os maiores rivais do Estado será a melhor final possível. E não dá para negar que Alvinegro e Alviverde são grandes favoritos contra um time improvisado, o Mirassol, e outro que há menos de uma semana estava lutando para não ser rebaixado, a Ponte Preta. No entanto, os papões ainda estão longe de colocar medo em alguém.
O Palmeiras, por exemplo, está jogando pedrinha desde a volta do futebol. O time não tem velocidade, é confuso taticamente, tem se atrapalhado todo quando encontra uma retranca pela frente e ganhou tanto do rebaixado Água Santa como do remendado Santo André mais na sorte do que na bola. Espera-se que evolua e mostre alguma coisa diante da Ponte.
Do contrário, corre sério risco de ficar pelo caminho. O time de Campinas também não é lá essas coisas. Mas tem fatores a seu favor: venceu os três jogos pós-retomada, o que aumenta a confiança, e, com o modo de jogar precavido proposto pelo técnico João Brigatti, pode enrolar, enervar e desconcentrar o adversário para depois dar o bote.
O Corinthians, por outro lado, chega "grandão'' à semifinal. Dos quatro, é o que está melhor. Algo que parecia impossível há dez dias, quando a eliminação parecia mais certa do que a classificação.
Mas Tiago Nunes, que muitos apostavam que seria degolado se perdesse o clássico para o Palmeiras, conseguiu acertar o time. Sem ser brilhante, e até mudando seu estilo (talvez temporariamente), armou um Corinthians forte na defesa, e, embora não seja muito eficiente ao armar jogadas e atacar - até porque a precaução está vindo antes da ousadia -, tem sabido aproveitar as poucas oportunidades que cria, sobretudo nas "bolas paradas''.
Não é muito, mas é suficiente para superar o Mirassol que, sem negar-lhe os méritos por ter eliminado o São Paulo, terá dificuldade de repetir a performance de quarta-feira. Mesmo porque o Corinthians não deve falhar tanto na defesa como o Tricolor falhou.
Na teoria, e antes de a bola rolar, tudo caminha para uma final entre Palmeiras e Corinthians. Isso não quer dizer, porém, que os rivais estejam apresentando um futebol digno da grandeza de ambos.