Viradas como a do Palmeiras sobre o São Paulo são incomuns no futebol. Normalmente, a equipe que abre boa vantagem no primeiro jogo a conserva no segundo ou, quando não consegue, só entrega os pontos depois de muita luta. Não foi o que se viu na finalíssima do Campeonato Paulista, e a forma como o Tricolor perdeu surpreende bem mais do que a maneira que o Alviverde venceu.
Que o Palmeiras tem mais time que o São Paulo todos sabemos. Conta com melhores jogadores e, além disso, tem equipe montada há algum tempo, enquanto o rival ainda está se entrosando. Porém, só isso não explica o avassalador passeio que o time do Morumbi levou. Principalmente por sua falta de reação.
Tecnicamente melhor, o Palmeiras foi taticamente superior. Abel Ferreira nem se deu ao trabalho de fazer mudanças. Seu time se posicionou da maneira costumeira, não deixou o adversário respirar, jogou com intensidade, contou com bastante empenho dos jogadores e explorou as deficiências são-paulinas.
E teve um jogado que fez a diferença, aliás, mais uma vez neste Paulistão. Dudu arrebentou com o esquema defensivo do São Paulo, a partir do lado direito do ataque. Deu um baile de Welington na etapa inicial e outro em Léo do segundo tempo.
Rogério Ceni até tentou consertar as coisas ao tirar Léo da zaga e colocá-lo na lateral esquerda. Mas no mano a mano não dava e não havia cobertura. Foi assim o tempo todo, até Dudu ser substituído, já nos minutos finais.
Outra diferença, além da técnica e da tática: o Palmeiras entrou em campo com espírito de decisão, enquanto o São Paulo parecia estar disputando uma partida de meio de campeonato. Não faltou empenho, mas não se viu determinação.
Faltou ao Tricolor confiança, algo que há de sobra no Palmeiras.
Todos esses fatores levaram o Palmeiras a uma virada impressionante sobre o São Paulo. E não há o que contestar. No futebol, quando o melhor tecnica e taticamente joga com seriedade e confiança, leva a melhor na imensa maioria das vezes. E é capaz até de dar uma goleada em uma decisão.