Informa o excelente e sempre ligado Jamil Chade, correspondente do Estadão mundo afora - embora baseado em Genebra: a Fifa ameaça impedir a seleção brasileira de jogar na Arena Corinthians, como punição pelos gritos de "bicha'' da torcida contra o goleiro adversário, na partida contra o Paraguai.
É uma ameaça digna de riso. Não pela seriedade do tema. Mas, sim, por ser uma medida inócua - se vier a mesmo ser tomada.
Por quê? Simples. Porque a seleção brasileira, por vontade própria, não vai jogar tão cedo na Arena Corinthians. A CBF já fez sua média com São Paulo e agora a seleção se despedirá das Eliminatórias atuando em Porto Alegre (contra o Equador) e no Maracanã (contra o Chile, na última rodada).
Ou seja, só voltará a fazer um jogo oficial, um jogo da Fifa, nas próximas Eliminatórias. Isso lá para 2020.
É fato que a entidade não informou por quanto tempo valerá tão punição - se for aplicada, repito. Se definir um prazo de dez anos, a Arena Corinthians terá problemas. A seleção, a CBF e São Paulo não, pois sempre se pode utilizar o Morumbi, a arena do Palmeiras...
Mas alguém acredita que a Fifa, mesmo com a cartolagem brasileira em baixa por conta dos rolos mais do que conhecidos, vá aplicar ao Brasil uma sanção maior do que a dada ao Chile recentemente? Também por homofobia, proibiu a seleção de lá de mandar duas partidas no Estádio Nacional.
Duas partidas! Exatamente o que falta para a seleção como mandante. Aqueles jogos que fará em Porto Alegre e no Rio.
Assim, a Fifa está agindo como um cão que ladra. Não vai morder. Vai aplicar uma multa à CBF - que, aliás, vai se defender dizendo que tem feito campanhas educativas -, como fez por ocasião dos gritos de "bicha'' ouvidos na Arena da Amazônia (jogo com a Colômbia) e na Arena das Dunas (com a Bolívia) e, se "interditar'' a Arena Corinthians, tomará uma medida sem efeito prático.
Mas vai anunciar aos quatro ventos que está firme no combate a qualquer tipo de discriminação. E quem quiser que acredite.
É, a Fifa muda, muda, mas não muda em nada!