Venceu o melhor. Não só o melhor, o time que levou o Campeonato Paulista mais a sério.
O título do São Paulo, colocando fim a uma fila de 16 anos, foi bastante justo.
Tanto pelo que o time fez ao longo do campeonato como nos jogos finais.
No primeiro, procurou antes de tudo não perder - como o Palmeiras - para levar a decisão para sua casa.
Neste domingo, no Morumbi, soube segurar a pressão do adversário, explorou bem o nervosismo do rival - que fica ainda mais pilhado com o comportamento inexplicável de seu treinador.
Na etapa final, tornou-se mais agressivo, definiu o jogo e soube conservar a vantagem.
O São Paulo precisava desse título. pois o jejum era longo.
Por isso, arriscou até o primeiro lugar em seu grupo na Libertadores - competição mais importante -, preservando os titulares em duas partidas para escalá-los na reta final do Paulista.
Contra Ferroviária e Mirassol não era necessário, mas, mesmo assim, Crespo preferiu não correr riscos.
Poderia ter dado errado, mas deu certo e o treinador justifica sua contratação.
Este blogueiro admite ter desconfiado de Crespo, menos por suas ideias e mais pela falta de experiência, que poderia ser ruim para um time pressionado pela falta de títulos.
Mas ele mostrou estar à altura da missão.
Montou um time bem resolvido taticamente, com variações eficientes quando necessário. Deu confiança aos jogadores. E aí está a recompensa.
Para o Palmeiras, a perda do título não deverá trazer dissabor - a não ser a sempre desagrável situação de perder um título para um adversário.
O mais importante para o time é a Libertadores, e deixar o Paulistão em segundo plano, como fez até a decisão, não foi incorreto.
O problema não está em perder a decisão do Paulistão - embora seja a terceira final seguida que o time perde em pouco tempo.
O problema é que já está na hora de Abel Ferreira rever suas condições táticas.
Jogar apenas no contra-ataque para quem tem um elenco como o do Palmeiras é pouco. É pobre.
E já passou da hora de Abel parar de dar piti.
O que ele fez no lance entre Rony e Liziero foi ridículo, para dizer o mínimo, e merecia expulsão.
Pena que Raphael Claus pipocou.
Mas o pior é que seu seguidos pitis contaminam e desestabilizam os jogadores - apesar das negativas de praxe.
Com méritos, Abel ganhou dois títulos superimportantes. E merecidos.
A partir deles, porém, tem causado muito e trabalhado pouco.
Será Abel apenas um enganador com sorte?