Tite ainda não fez nada muito ousado em termos táticos nesta Copa América. Mas confirmou uma mudança importante em sua filosofia em relação ao comportamento da Copa do Mundo: ele aprendeu mesmo que, em competições de tiro curto, não dá para morrer abraçado com os jogadores.
O exemplo mais recente, e mais contundente, disso, foi a opção em não escalar Fernandinho no jogo da noite desta quinta-feira com o Paraguai. Ele preferiu Allan, um jogador mais ofensivo, como substituto do suspenso Casemiro. Diante de um adversário que provavelmente vai jogar fechado, quanto mais poder de fogo, melhor. E Tite percebeu isso.
Oficialmente, Fernandinho não joga por não estar 100% recuperado de contusão sofrida. Tite é cuidadoso, zeloso, com seus jogadores. Por isso, a justificativa. Mas o fato é que preferiu Allan por acreditar que suas características se encaixam melhor no tipo de jogo esperado hoje.
Fernandinho, ainda que não esteja 100% teria condições de jogar. Tite não quis.
É bom sinal. Mostra que ele está inquieto, que não vai se prender a nomes e até a fórmulas, embora mantenha a disposição de não experimentar o que não foi treinado.
Nesta Copa América, Tite já barrou David Neres e Richarlison, para dar vez a Everton e a Firmino - com Gabriel Jesus caindo mais pela direita. Não me agrada esse posicionamento do ex-palmeirense, mas vejo como salutar pela disposição do treinador em buscar soluções.
Afinal, no futebol de hoje, a mesmice dura menos do que um campeonato.