Os jogos com Rússia e Alemanha foram mais úteis para Tite do que o simples fato de vencer a seleção anfitriã em clima de Copa e de bater aquela que ousou nos enfiar 7 a 1 em nossa casa, espantando assim um fantasma e confirmando a recuperação da autoestima da equipe brasileira. Os amistosos serviram também para ele definir algumas coisas relacionadas ao Mundial.
Em relação ao grupo, ele já tinha 16 jogadores escolhidos e se definiu por mais 1,5.
Calma! O blogueiro explica esse "meio jogador''.
É o volante Fred, que jogou pouco minutos contra a Rússia, mas ganhou pontos importantes nos treinos, por se mostrar um jogador versátil, que flutua por praticamente todos os lugares do campo entre uma área e outra, marca bem, tem bom posse e, além de tudo, personalidade.
Tite teve impressão bastante positiva do jogador do Shakhtar Donetsk ucraniano. Só não dá para cravar que já carimbou o passaporte porque o gremista Arthur, que não foi testado com mais ênfase por conta da grave contusão que sofreu na decisão da Libertadores do ano passado, encanta o treinador. Está em desvantagem significativa na briga, mas não dá para descartá-lo totalmente.
O jogador que se garantiu de fato foi Douglas Costa. Rápido, habilidoso, criativo, foi bem contra a Rússia (no segundo tempo) e contra a Alemanha foi o único dos jogadores que estavam no banco aproveitados por Tite durante a partida. Entrou justamente quando o técnico precisava ter opção de contra-ataque em velocidade.
Outras conclusões que se pode tirar desse giro europeu estão ligadas ao time titular.
Thiago Silva saiu-se muito bem tanto em Moscou como em Berlim e, pela qualidade técnica, liderança e experiência, ganhou a vaga até então ocupada pelo jovem Marquinhos.
A outra está relacionada à maneira de jogar. Tite deu pistas de que vai se basear em duas opções principais, a saber:
1) quando o jogo for com equipes menos qualificadas -Suíça, Costa Rica e Sérvia, adversários da primeira fase da Copa, se encaixam nesse caso - o time será mais ousado. Assim, Casemiro terá a responsabilidade maior na contenção, Paulinho e Coutinho (mais centralizado) completarão o meio, com Willian (quem de fato tomará o lugar de Renato Augusto) pela direita, Neymar na faixa mais à esquerda e Gabriel Jesus jogando mais avançado.
2) contra adversários fortes e tradicionais, a marcação será reforçada com a entrada de Fernandinho. Hoje, Willian sairia do time para a entrada do volante.
Tite volta do giro pela Europa não com o quadro totalmente definido, mas quase todo desenhado. E com a confiança, ingrediente importante numa Copa, em alta.