O equilíbrio desta Libertadores ficou ainda mais latente da maneira como ela foi decidida. No último lance, a rigor. E premiou o melhor time, o Palmeiras, o mais bem estruturado, o que se preparou com afinco para tirar da frente aquela que se tornou sua obsessão. Não que o Santos tenha sido inferior. Ao contrário, superou o descrédito geral com galhardia, união. E, claro, bom futebol. Caiu de pé, como se diz. Teve muitos méritos. Mas, ao longo de toda a competição, o Palmeiras foi o dono da melhor campanha.
Libertadores é assim. Não se ganha de uma hora para outra, às vezes, ganha-se ao longo de várias disputas. Foi o que aconteceu com o Palmeiras. A que se encerrou neste sábado, foi a quinta seguida do clube, considerando-se o ciclo que teve início em 2016. Desde então, o time passou por bons e maus momentos, teve ano em que fez investimentos que não deram resultados, em outro faltou experiência e maturidade para superar adversários mais matreiros, noutra ocasião faltou aos jogadores equilíbrio psicológo em momento decisivo...
Tudo isso serviu de aprendizado. O Palmeiras foi percebendo como se joga uma Libertadores, com suas dificuldades dentro de campo e nos bastidores. Compreendeu, por exemplo, a logística necessária para que viagens fossem menos agressivas aos jogadores. Aprendeu a focar, não somente a querer.
Seus dirigentes perceberam, e aí inclui-se a patrocinadora/investidora, que não adianta gastar dinheiro a rodo em contratações se o jogador que vem não está comprometido. Ou simplesmente se não "é tudo isso''. Que mais vale aproveitar pratas da casa talentosos, que conhecem o clube, mesclando-os com atletas mais experientes, alguns contratados no varejo para dar força e equilíbrio ao elenco.
Poderia o Palmeiras ter perdido a decisão, ainda mais em jogo único? Poderia. Mas, tivesse isso acontecido, o Alviverde estaria na próxima disputa, a deste ano de 2021, ainda mais forte depois de superada frustração.
Já o Santos foi gigante. Foi vice, mas não seria injusto se tivesse saído campeão do Maracanã. Pena que talvez o Santos não tenha sequência semelhante à do Palmeiras na Libertadores. Não por culpa dos jogadores e da comissão técnica. Nem dessa diretoria recém-chegada. É que o clube está tão bagunçado, tão endividado, que dependerá de outro milagre para repetir a campanha no curto prazo. E milagre, quando acontece, não acontece toda hora.