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Na pista e no campo

Edna Kiplagat é campeã da maratona, mas calor derruba fundistas

Por Amanda Romanelli
Atualização:
Edna Kiplagat chega ao Estádio Luzhniki, o único lugar com sombra no percurso da maratona Foto: Estadão

A primeira medalha de ouro do Mundial de Moscou é de Edna Kiplagat. A queniana alcançou feito importante no atletismo mundial: de maneira inédita, revalidou seu título - ela havia sido campeã em Daegu, há dois anos.

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Também foi notável a resistência da fundista, que conseguiu ter fôlego para atacar a italiana Valeria Straneo a dois quilômetros do fim da prova, e venceu a distância de 42.195 metros em 2h25min44. Não que a queniana não tivesse talento para isso. Mas o clima não contribuiu para que as atletas fossem ousadas.

A organização do Mundial programou o início da maratona para as 14 horas locais, 7 horas em Brasília. Isso significou uma temperatura de 27 graus na largada, com umidade de 66% em um dia de bastante sol. Na chegada, ainda mais calor: 28 graus, para umidade de 48%. Para piorar, o percurso da prova margeava o rio Moscou, num circuito entre o Estádio Luzhniki (local de largada e chegada) e o Kremlin, sem sombra alguma.

Das 72 atletas que largaram, só 46 conseguiram terminar a prova - 25 deixaram a disputa e uma atleta, da Eritreia, foi desqualificada por tomar água fora dos pontos oficiais de distribuição. Um alto número de desistentes, que contou com a etíope Tiki Gelana, ouro na Olimpíada de Londres. Edna afirmou que o horário da prova é mesmo fora do comum. "Meu tempo não foi tão bom, porque estou acostumada a correr de manhã. Durante a minha preparação, tenho adaptar os treinos ao horário."

O calor debilitante fez Beata Naigambo, da Namíbia, desmaiar em plena prova. Sua compatriota, Alina Armas, em um gesto comovente, parou de correr para socorrê-la. A fundista foi atendida, recebeu hidratação e passa bem. Alina voltou a correr e terminou em 25º lugar.

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 Foto: Estadão

 

O Brasil não teve representantes na prova feminina, mas terá dois corredores na disputa masculina, Solonei Rocha (campeão do Pan em 2011) e Paulo Roberto de Almeida Paula (oitavo na Olimpíada, ano passado).

Técnico chefe da equipe brasileira e ex-treinador de Vanderlei Cordeiro de Lima, Ricardo D'Angelo já havia alertado para o horário, no mínimo estranho, do início da prova dos homens: 15h30 locais de sábado, dia 17. Quando conversamos, ainda antes da viagem da equipe brasileira para Moscou, ele não tinha informações sobre as condições climáticas. Agora, os brasileiros já sabem o que vão ter pela frente.

 

Post atualizado às 16h57

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